Santa Catarina fechou o mês de setembro de 2025 com saldo positivo de 11.366 novos postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. A liderança ficou com o setor de serviços, que criou 7.576 novos empregos, seguido pelo comércio com 2.343 vagas, agropecuária mais 693, indústria de transformação 360 e construção civil 449 novos empregos.
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Nos dados da indústria, ficou visível o impacto do tarifaço no terceiro mês após o anúncio da medida e dois meses em vigor. Segundo apuração do Observatório Fiesc, da Federação das Indústrias do estado, o setor mais afetado pela tarifa de 50% dos Estados Unidos, o de madeira e móveis, perdeu quase mil vagas. Nos dois meses anteriores, fontes desse setor apuraram o fechamento de quase 2 mil vagas devido às medidas americanas. Além disso, os juros no Brasil também impactam a indústria.
– O desempenho do emprego industrial reflete os efeitos da desaceleração econômica, motivada pela elevada taxa de juros, e também o impacto do tarifaço dos Estados Unidos – explicou o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme.
De acordo com a apuração da Fiesc, o segmento de madeira perdeu 734 empregos em setembro, e o de móveis, 248 vagas. O setor metalmecânico e de metalurgia encerrou 217 posto de trabalho em setembro. Entre os que tiveram alta na criação de empregos industriais estão os setores de alimentos com 705 postos de trabalho, e têxteis, confecções e calçados, com 624 novos empregos.
A economista do Observatório Fiesc, Camila Moares, destacou que a redução de vagas nos setores metalmecânico e metalúrgico resulta do impacto dos juros altos que inibem investimentos no Brasil.
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Considerando o saldo de vagas por cidades, em setembro a liderança ficou com Florianópolis, que abriu 1.635 novas vagas, seguida por Itajaí 1.293 e Joinville saldo positivo de 1.142 empregos. Jaguaruna chamou a atenção ao fechar em setembro 1.091 vagas na área de saúde.
Entre as cidades mais expostas ao tarifaço dos Estados Unidos, a maior perda de vagas foi em São Bento do Sul (-259), com as demissões da indústria de móveis Artefama. Depois, veio Campo Alegre com o fechamento de 168 vagas. Também tiveram saldo negativo de emprego Rio Negrinho (-85), Canoinhas (-46), Ibirama (-44), Benedito Novo (-38), Caçador (-35), Salete (-27) e Otacílio Costa (-23).
No ano, SC acumula a criação de 95 novos empregos com carteira assinada e, desses 42,5 mil foram abertos pela indústria, incluindo também a construção civil. O setor de serviços gerou 43,8 mil, o comércio 8,4 mil e a agropecuária, 336 vagas. Segundo a Fiesc, a indústria do estado criou 16 mil vagas a menos de janeiro a setembro deste ano frente ao mesmo período de 2024.
Considerando o resultado total de todos os setores, SC criou 35,8 mil novos empregos a menos este ano. Isso em função dos juros altos para conter a inflação e por causa do tarifaço.
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