*Por Larissa Linder

Ex-presidente da Dudalina, a catarinense Sônia Hess agora assina outra empreitada. Na última semana seu nome apareceu endossando um movimento de empresários pela “nova política”, o Brasil 200 Anos, ratificado por Luciano Hang, da Havan. Encabeçado pelo dono da Riachuelo, Flávio Rocha, o grupo se junta a outros que têm se envolvido na política, de cunho econômico liberal, como o Renova Brasil. O nome é uma referência aos 200 anos que a Independência do Brasil completará em 2022, no encerramento do próximo mandato presidencial.

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A ideia do Brasil 200 Anos é entregar aos presidenciáveis e aos candidatos ao Legislativo propostas com ênfase no Estado mínimo. Confira o que pensa Sônia Hess.

Por que participar do Brasil 200 Anos?

Você leu o manifesto? Tem alguma palavra ali que não se encaixa no sonho dos brasileiros? É tudo que nós queremos. Não é um movimento de empresários, é de brasileiros, é um sonho dos brasileiros. Primeiro que eu acho o Flávio Rocha fantástico, alguém que ama profundamente o seu país, um empresário que emprega 40 mil pessoas, 70% ou 80% de mulheres. E eu sou signatária da própria ideia de liberalismo.

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O movimento é liberal economicamente, mas tido como conservador em valores. Por quê?

Valores não mudam. Agora, o Estado tem que fazer o que é do Estado. Existe uma discrepância entre o que governo tem que fazer e não tem que fazer. Quem emprega, quem gera riqueza são os empresários. Nós temos ministros em pastas importantíssimas como Indústria e Comércio que não têm a mínima condição para ser um ministro, que não têm o mínimo currículo para ser um ministro. E isso acontece porque o presidente é refém dos partidos políticos. Nenhum presidente pode ser refém de um partido político.

Por que chegamos a esse ponto?

Porque ficamos muito tempo cuidando das nossas empresas, o empresário é um herói no Brasil, ele tem que lutar pra dar certo. E quanto ao povo, ele está longe de Brasília, o povo não sabe o que acontece em Brasília a não ser pela imprensa.

A senhora fala em Estado mínimo, mas no Brasil os empresários têm uma série de benefícios fiscais. Não há um contrassenso?

Que benefícios? Empresário não tem benefício nenhum.

A desoneração da folha de pagamentos, por exemplo.

Nós não temos incentivo nenhum. No Brasil nós temos uma carga tributária que é fora de contexto de qualquer lugar no mundo. Temos, sem dúvida, grandes sonegadores, e sobra para quem tem que pagar esses impostos.

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A senhora acredita que o próximo presidente tem que ser alguém novo, de fora da política?

Sem dúvida é a solução, e os países que foram pra frente foram os que olharam para o centro e que pensaram no povo. Se formos muito à esquerda, viramos uma Venezuela. Se formos para a direita, viramos fundamentalistas.

 

PIB maior em 2018

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento do Brasil para 2018 e 2019, conforme relatório divulgado nesta segunda-feira. O Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 1,9% este ano, 0,4 ponto percentual acima que foi estimado em outubro. Para 2019, a previsão foi revisada para 2,1%, um aumento de 0,1 ponto percentual.

Apoio a projetos sociais

A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) está cadastrando empresas interessadas em participar como apoiadoras da oitava edição do Programa de Apoio a Projetos (PAP), que dá suporte a iniciativas voltadas para melhorias em comunidades da Capital em diversos âmbitos, como empreendedorismo, cooperativismo, promoção da cultura e geração de renda. Os investimentos variam de R$ 500 a R$ 20 mil. Ao respaldar os projetos, as empresas ganham com o fortalecimento da imagem institucional, que passa a estar ligada a conceitos de responsabilidade social, por exemplo. 

Rombo da Previdência ficou 22% maior

Em 2017, a Previdência Social atingiu um déficit nominal de R$ 182,4 bilhões, crescimento de 21,8% em relação a 2016. A despesa com benefícios cresceu 9,7% e fechou o ano em R$ 557,2 bilhões. A arrecadação, diferentemente do que aconteceu em 2016, cresceu 4,6%, somando R$ 374,8 bilhões. Considerando o PIB projetado para 2017, a despesa com benefícios do Regime Geral de Previdência Social representou 8,4%. A arrecadação líquida foi responsável por 5,7% do PIB e o déficit chegou a 2,8%. Os números foram apresentados ontem pelo secretário de Previdência, Marcelo Caetano. Segundo ele, é o maior déficit no Regime Geral desde 1995, real ou nominalmente. 

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