A tragédia climática que destruiu parte do Rio Grande do Sul como uma guerra mostra que o plano do Conselho de Desenvolvimento e Integração do Sul (Codesul) de unir ações das defesas civis de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul pode ser uma solução mais eficiente e menos custosa para os quatro estados. O governador de SC, Jorginho Mello, diz que esse projeto deve incluir mais tecnologias para antecipação de informações sobre riscos de tragédias climáticas e estrutura para atender ocorrências.

Continua depois da publicidade

Entre na comunidade exclusiva de colunistas do NSC Total

De acordo com o governador, já foi assinado um protocolo de intenções com esse objetivo. A última reunião sobre o tema foi realizada em Florianópolis em 13 de novembro (2023), com as presenças de representantes as Defesas Civis dos quatro estados.

Segundo ele, o plano prevê uma centralização de estrutura em Santa Catarina porque o estado está no meio da Região Sul. Além disso, por enfrentar catástrofes climáticas recorrentes de enchentes, conta com um sistema avançado de informações via satélite para fazer acompanhamentos e medidas preventivas.

– O objetivo é incrementar ainda mais essa estrutura de proteção e defesa civil com mais tecnologia, uso de radares e equipamentos – destaca Jorginho Mello.

Continua depois da publicidade

De acordo com o secretário de Proteção e Defesa Civil de SC, coronel Fabiano de Souza, o serviço de meteorologia via satélite do Estado é o mais avançado da região. Funciona sete dias por semana e faz cobertura de 100% do território catarinense. É realizado por uma empresa privada. Pelas informações do secretário, os demais estados não têm serviço ainda em 100% do território.  

Cobertura de 100% do território

– Trabalhamos com sistema de previsão hidrológica. É claro que ele foi trabalhado para as bacias de Santa Catarina, mas a adaptação para o restante da Região Sul é simples. Temos, também, uma antena de recepção de imagens de satélite. Essas imagens são de toda a Região Sul e temos cobertura de 100% de radar para o território catarinense. Parte dessa cobertura de radar atende regiões do Rio Grande do Sul e do Paraná, mas não todos esses estados. É um serviço que pode ser compartilhado. Mas o principal, sem dúvida, é o serviço de meteorologia 24 horas –afirma o secretário.

Na opinião de Fabiano de Souza, é fundamental que todos os estados tenham cobertura de 100% do território por radares meteorológicos. Isso é necessário para o serviço de Nowcasting, que é a previsão do tempo de curtíssimo prazo.

No caso de acontecimento de desastres, esse serviço unificado das defesas civil destinaria pessoal e equipamentos para atender o estado afetado. Fabiano de Souza afirma que a situação atual é um exemplo: equipes dos demais estados estão atendendo o Rio Grande do Sul.

Continua depois da publicidade

De acordo com o secretário, SC tem, hoje, um conhecimento apuradíssimo não só em expertise, know-how, na parte operacional e de gestão, mas também no atendimento de catástrofes. Tudo isso pode ser compartilhado. Conforme o secretário, ainda não foi feito orçamento para saber o investimento necessário a cada estado para implantar essa unificação com mais serviços.   

Dragagem de rios e barragens

Em Santa Catarina, uma novidade na atual gestão foi a criação da Secretaria de Proteção e Defesa Civil no Estado foi para trabalhar ainda mais na prevenção. Segundo o governador, uma das medidas é manter livres, desassoreados, sem lixo os cursos dos rios para que as águas passem mais rápido e não causem alagamentos. Outra, é construir barragens para contenção de águas.

Por isso, o Estado está iniciando dragagem de rios no município de Rio do Sul. O trabalho será em três rios que cortam a cidade: Itajaí-Açu, Itajaí do Oeste e Itajaí do Sul.

Leia também

Saiba como será o plano “pós-guerra” para reconstruir o Rio Grande do Sul

Novo ranking destaca três gigantes de SC líderes em seus setores

Federações empresariais de SC se unem às gaúchas para doações

Agro da Região Sul apresenta ações para redução de emissões de carbono

“Eu gostaria de uma revolução feminina do bem”, diz a empresária Sônia Hess