A partir de 20 de janeiro de 2025, quando o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tomar posse, a economia mundial começará a enfrentar uma “Trumpulência”, isto é, uma turbulência gerada pela nova gestão do republicano, na opinião do economista e diplomata Marcos Troyjo. Em palestra no SC Day Chile, realizado pela Federação das Indústrias de SC (Fiesc) em Santiago, ele destacou que Trump assume quando a economia americana está ainda mais poderosa no mundo e deve baixar tarifas para atrair indústrias de volta.
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– O mundo vai passar nos próximos meses, provavelmente nos próximos anos, por uma área de “Trumpulência”, ou seja, o impacto da presidência Trump no mundo. E por que isso? Porque os Estados Unidos, que muitos acreditavam que era uma potência em declínio, um país que estava diminuindo a sua influência no mundo, de repente se encontra uma posição de extraordinário poder, de extraordinária pujança econômica – enfatiza Marcos Troyjo, que também é ex-presidente do banco dos Brics.
– Vejam que coisa curiosa: há cerca de duas semanas, foi atualizado o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos comparado com o PIB dos países europeus. Na crise de 2008, há 16 anos, a renda per capita nos EUA e a da Zona do Euro era a mesma. Agora, essa atualização de dados, mostrou que a renda per capita dos EUA está o dobro maior que a da Zona do Euro – complementa o economista, ao destacar também, por exemplo, que a economia do Reino Unido, individualmente, é menor do que as de todos os 50 estados americanos.
Uma das medidas esperadas deste segundo mandato de Donald Trump, na avaliação do economista, é um dramático processo de desburocratização, de desregulamentação e de corte de impostos. Isso vai tornar a economia americana mais atrativa para sediar, de novo, uma série de atividades fabris.
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Conforme Troyjo, esse movimento do novo governo Trump de reindustrializar o país pode gerar o fenômeno que economistas chamam de “Laffer Positivo”, isto é, conseguir arrecadar mais mesmo cortando impostos. Isso embora uma parte de analistas digam que se ele cortar impostos vai arrecadar menos e, tendo que gastar mais na área pública, poderá gerar motivar inflação e juros altos.
Na primeira gestão, Trump elevou a taxação da entrada de produtos chineses no país. Isso foi mantido pelo governo de Joe Biden e ajudou a mudar a configuração industrial das cadeias de valor no mundo. Agora, será a vez do novo governo do republicano levar mais indústrias para o seu país.
Assim, a indústria, tanto brasileira quanto mundial, terá que enfrentar um cenário mais competitivo quando a poderosa economia americana estará produzindo mais internamente, com menos impostos.
Além disso, outras tendências globais impactarão a economia brasileira, como o crescimento global da demanda de alimentos e os desafios de ter trabalhadores qualificados diante do avanço das tecnologias, em especial da inteligência artificial, observou o economista.
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