Morreram quatro blumenauenses de Covid-19 na quarta-feira (25). A coincidência fúnebre, que não se registrava desde 26 de agosto, será frequente a partir de agora. Quem projeta o cenário terrível são os números, cuja frieza ignora pessimistas e otimistas.

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Em Blumenau, 0,8% dos casos detectados terminam com a morte do paciente. São 184 vítimas até o instante em que escrevo esta coluna, para um total de 23.194 testes positivos. Mas a taxa de letalidade tende a crescer na medida do contágio, conforme observou-se na primeira onda. Em setembro, depois de computados os mortos de julho e agosto, ela chegou a 1,2%.

> Novembro é o mês com mais casos de coronavírus em Blumenau.

Tudo isso significa que, ao naturalizar o registro de 429 casos por dia, na média móvel, a comunidade blumenauense condena à morte de três a quatro pessoas. Em Santa Catarina, onde a taxa de letalidade atual é de 1,05%, já estamos no patamar de aceitar como normais quase 40 óbitos num só dia. E a curva é ascendente.

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Não há qualquer sinal de que se vá tomar atitude contra a tragédia previsível. A governadora Daniela Reinehr (sem partido) está mais interessada em acenar à ala lunática do bolsonarismo do que proteger as vidas dos cidadãos. Nos municípios, prefeitos cinicamente delegam para cima o poder que, meses atrás, exigiram para si. Ninguém está disposto a limitar a circulação de pessoas em ambientes fechados.

> Oito pacientes de Blumenau estão internados com coronavírus em Timbó.

A pandemia de coronavírus em Santa Catarina é, neste fim de novembro, um carro funerário desgovernado que ganha velocidade dia após dia. Quando alguém finalmente decidir botar o pé no freio, ainda serão necessárias semanas para cessar a mortandade.

Quem está ao volante dirige rumo ao cemitério. Até quando os catarinenses aceitarão participar do cortejo?

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