A formação de uma chapa autointitulada “independente” para disputar a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Blumenau frustra os planos do governo municipal de construir um consenso entre os 15 parlamentares. Mais do que isso: faltando 10 dias para a votação, ato seguinte à posse, os negociadores de Mário Hildebrandt (Podemos) precisam reagir ao lance dos adversários, que agora jogam com as peças brancas.
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Os independentes conseguiram reunir um grupo eclético, que conta com os oposicionistas Almir Vieira (PP), Adriano Pereira (PT) e Ailton de Souza (PL), mais vereadores de partidos descomprometidos com a coalizão governista, como Carlos Wagner (PSL), Emmanuel Tuca Santos (Novo), Silmara Miguel (PSD) e Bruno Cunha (Cidadania).
O oitavo voto, indispensável para a vitória, viria de um governista: Egídio Beckhauser (Republicanos). Não por acaso é ele o candidato a presidente. Os atuais parceiros tentam blindá-lo do assédio que certamente virá. Silmara é a vice pelo mesmo motivo.
Por enquanto, estariam com a base de Hildebrandt os vereadores Alexandre Matias (PSDB), Maurício Goll (PSDB), Cristiane Loureiro (Podemos), Marcelo Lanzarin (Podemos), Marcos da Rosa (DEM) e Jovino Cardoso (Solidariedade).
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Sem posição no tabuleiro está Gilson de Souza (Patriota). Ele desligou-se da chapa alternativa depois de impôr a condição de ser o presidente. Ele tinha a promessa de apoio de Bruno Cunha, mas acabou rejeitado pelos vereadores próximos a Almir Vieira, com quem não se entende. Magoado, imediatamente passou a ser contatado pelo grupo adversário.
Para alterar o cenário adverso, o governo tem poder a compartilhar. Cargos, influência, visibilidade e a máquina administrativa para atender demandas caras ao eleitorado dos parlamentares. Também tem tempo. Eleições legislativas geralmente definem-se horas antes da sessão.
Mas também possui limitações. Para atrair Beckhauser, Silmara ou mesmo outro integrante do grupo já formado, pode acabar descontentando atuais aliados. É um jogo delicado.
Há expectativa em torno da posição do Novo. O partido costuma marcar posição em eleições internas, lançando candidato. Se Tuca Santos disputar, poderiam ser três candidaturas. Nessa hipótese, o jogo poderia terminar em sete a sete. Havendo empate, vence a chapa cujos candidatos receberam mais votos em 15 de novembro. Se for esse o caso, a composição das alianças pode mudar drasticamente.
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