As deputadas federais catarinenses Ana Paula Lima (PT) e Julia Zanatta (PL) levaram o assunto da duplicação da BR-470 ao plenário da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (15). Não para discutir meios de acelerar o trabalho entre Navegantes e Indaial, iniciado há quase 10 anos e sem previsão de conclusão. Mas para travar um debate estéril sobre qual governo fez mais pela obra. A discussão deu em nada, mas está fazendo sucesso nas redes sociais.

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Vice-líder do governo na Câmara, Ana Paula ocupou a tribuna para criticar Jair Bolsonaro (PL) e exaltar feitos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Disse que o ex-presidente só visitava Santa Catarina para “comer camarão” e gastar dinheiro público no cartão corporativo da presidência.

Julia Zanatta rebateu a fala da conterrânea e trouxe à baila a duplicação da BR-470. Lembrou os famigerados outdoors de Ana Paula e do marido, Décio Lima (PT), agradecendo a duplicação da rodovia, uma década atrás, quando as obras estavam para começar. E disse que Bolsonaro teria entregue 32 quilômetros de duplicação, enquanto os petistas, nenhum.

As promessas do governo Lula para as rodovias federais que SC agora pode cobrar

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Ana Paula teve a palavra uma segunda vez. Citou os frequentes cortes orçamentários da duplicação da BR-470 durante o governo Bolsonaro. E disse que quem começou as obras agora terá a oportunidade de terminá-las.

O deputado Pompeo de Mattos (PDT), que presidia a sessão, precisou explicar às deputadas, ambas novatas na Casa, que o minuto concedido para intervenções no plenário não serve para contrapor quem fala à tribuna. A ordem dos discursos na sessão plenária é feita por inscrição.

Quem duplicou

Iniciada no governo Dilma Rousseff (PT), a duplicação da BR-470 andou de lado nas gestões dela, de Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro. Os trabalhos só aceleraram a partir do fim de 2021, quando o governo estadual comandado por Carlos Moisés (Republicanos) decidiu investir R$ 300 milhões dos catarinenses na obra — dos quais R$ 182 milhões foram efetivamente pagos. Mas a ajuda pode ser interrompida no governo de Jorginho Mello (PL), como informou o colega Renato Igor.

De imediato, as deputadas federais de Santa Catarina fariam melhor se cobrassem a execução do cronograma divulgado em 18 de janeiro pelo Ministério dos Transportes — que está atrasado. E se trabalhassem para convencer Jorginho a concluir o convênio estabelecido com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

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Os discursos para mobilizar torcida contribuem menos que as ações dos governos criticados pelas deputadas.

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