A coluna sobres testes rápidos de Covid-19 publicada pelo Santa na segunda-feira (15) gerou intenso debate sobre o estudo do governo norte-americano que não indica esse tipo de exame para diagnóstico. Mas o essencial acabou ficando fora de foco: o que testes sorológicos podem (e não podem) oferecer no combate ao novo coronavírus?

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Testes, rápidos ou do tipo RT-PCR (indicado para diagnóstico seguro de Covid-19 no início do sintomas), são ferramentas essenciais para o esforço de combate ao novo coronavírus. Quanto a isso não há discussão. Blumenau adquiriu exames úteis e necessários. A aplicação que faz dos testes rápidos é que gera dúvidas à luz do que dizem autoridades internacionais e também brasileiras.

O prefeito Mário Hildebrandt disse à coluna que tem confiança na estratégia municipal. Para ele, o estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, que repercutiu no Jornal Nacional do último sábado, não pode ser encarado como verdade única. Segundo a autoridade norte-americana, as chances de erro de diagnóstico são altas.

O prefeito ainda sustenta que outras cidades, como Joinville e Florianópolis, fazem uso de testes sorológicos no combate ao novo coronavírus. De fato, fazem. Mas com variações importantes.

Florianópolis usa o teste sorológico para apoiar diagnóstico em pacientes avaliados anteriormente por um médico. Em caso positivo, ficam em quarentena.

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Joinville adquiriu testes rápidos para um estudo de prevalência da doença na população, uso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo CDC. Ontem à tarde, a prefeitura da cidade decidiu aplicar o exame também em moradores de residências que tiveram pacientes já diagnosticados – neste caso, sim, a exemplo do que se faz por aqui.

Blumenau vai além desses dois exemplos. Testa grupos de profissionais indistintamente para verificar se estão aptos a atender ao público, entre eles cobradores e motoristas de ônibus, profissionais de saúde, servidores de áreas específicas e cuidadores de idosos. Em caso positivo, são afastados do trabalho e submetidos a avaliação clínica.

Para fazer essa peneira, as limitações do teste são evidentes e podem ser um risco.

Respaldo técnico

Se nos Estados Unidos o CDC é claro sobre o que as autoridades devem fazer com testes rápidos, no Brasil, governadores e prefeitos têm menor respaldo técnico por parte do Ministério da Saúde. A nota mais clara partiu do Conselho Nacional de Saúde (CNS) no dia 30 de abril, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar a venda desse tipo de exame em farmácias do país.

O CNS avaliza a combinação teste rápido + avaliação clínica, procedimento que Blumenau adotou, e ainda sugere novos exames laboratoriais para apoiar o diagnóstico. A nota técnica é didática ao dizer que: 1) “o teste rápido não possui finalidade confirmatória de diagnóstico de Covid-19, sendo apenas auxiliar neste diagnóstico”; 2) “um resultado negativo não exclui a possibilidade da pessoa estar infectada, ao mesmo tempo em que um resultado positivo não deve ser usado como uma evidência absoluta de infecção”.

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Como conclui o texto, “é muito importante que os resultados positivos de testes rápidos não sejam interpretados como uma imunidade que justifique o relaxamento das medidas de isolamento social”.

Em Blumenau, conforme o boletim municipal sobre a pandemia divulgado na noite de segunda-feira, “a retomada do transporte coletivo levou em conta a testagem de todos os trabalhadores da BluMob, garantindo mais segurança para os usuários”.

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