O placar foi convincente: Brasil 3 x 0 diante do Chile, no Maracanã quase lotado numa quinta-feira vibrante, em noite de Seleção Brasileira em Eliminatórias para Copa do Mundo 2026. Mas, por trás da goleada, há algo que não pode ser ignorado. A Seleção Brasileira entrou em campo com a energia de quem quer encantar, pressionar, imprimir um ritmo forte desde o primeiro minuto. Só que, muitas vezes, intensidade virou sinônimo de correria desordenada.

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O time de Carlo Ancelotti mostrou fome de bola, isso é inegável. A marcação alta, a tentativa de sufocar a saída dos chilenos, a movimentação incessante. Mas intensidade tem endereço certo, tem método, tem razão de ser. O problema é quando essa busca se transforma numa agitação sem coordenação, numa pressa excessiva que compromete a construção das jogadas e a precisão dos passes. Isso era nítido com o quarteto Estevão, João Pedro, Raphinha e Martinelli. Os quatro correram muito e combinaram poucas jogadas no primeiro tempo.  

Brasil goleia o Chile na estreia de Ancelotti no Maracanã

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É como se a Seleção confundisse força com inteligência. Por várias vezes, vimos volantes e laterais atropelando a própria linha de raciocínio, tentando resolver no impulso aquilo que o jogo pedia com calma e leitura. Não faltou vontade. Faltou o ajuste que separa o time intenso e dominante do time apressado e ansioso. A Seleção estava apressada e ansiosa.

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Os gols saíram — e com méritos. O talento individual apareceu, especialmente quando a equipe baixou o ritmo e soube circular a bola, encontrar espaços e acionar as peças certas. Isso passou a ocorrer com as entradas de Lucas Paquetá e Luiz Henrique, que se destacaram dos demais. Aliás, o desenho tático inicial, com quatro atacantes e dois jogadores no meio, contribuiu para a correria sem organização. A entrada de Paquetá ajustou o meio de campo, deu qualidade, desacelerando a correria.

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O Maracanã vibrou, mas ficou também o sentimento de que o Brasil poderia ter mostrado ainda mais. O futebol, afinal, não é só sobre correr mais. Mesmo com o jogo físico mundial atual.

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Ainda é necessário entender o momento de acelerar e de pausar, o momento de pressionar e de respirar. O jogo contra o Chile foi um recado claro: a Seleção tem fome, tem potencial, está tendo entrega sob o comando de Carlo Ancelotti, mas precisa transformar correria em intensidade pensada, consciente e em organização coletiva.