Um dos jovens artistas catarinenses mais promissores no mercado da arte, Cainã Gartner, lança-se em marca de produtos autorais. O PNDA nasce dentro de um conceito já adotado no trabalho do artista: de unir o conhecimento familiar da carpintaria – ele é a quarta geração no ofício, com a atualização contemporânea do trabalho em madeira. A marca é construída a partir de um elemento afetivo, um enfeite esculpido no formato de um urso panda que ganhava destaque no topo da árvore de Natal da família. Agora, o objeto é resgatado por Cainã numa versão atual, de Toy Art, ganhando status de arte e design, para ser colecionado.
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> Madeira, ouro e fogo: conheça a arte do catarinense Cainã Gartner
O PNDA terá uma loja própria no PZ Ecomall, espaço gastronômico sustentável que será inaugurado em janeiro de 2021, em Balneário Camboriú, e o boneco ganhará uma versão gigante, de 10,80 metros de altura, também toda feita em madeira pelo artista, que ficará na frente do local. A marca contempla ainda um projeto de expansão para outras peças, entre roupas, souvenirs, inclusive com feitos em collab e licenciamentos com marcas nacionais e internacionais.
O objeto de design, ícone da marca PNDA, será produzido em madeira certificada em processo artesanal em dois tamanhos, de 21 e 38 centímetros. Ele traz consigo a mensagem da necessidade do retorno à sensibilidade, à consciência e ao pensamento crítico da perda da essência humana.
Aprendeu ainda criança, na marcenaria da família em Gaspar, no interior de Santa Catarina, a mexer com as ferramentas para tornear a madeira. O avô fez parte da criação da rede Imaginarium, compartilhando o ofício com o filho e o neto, e dos 14 aos 16 anos, Cainã desenhou peças para a marca. Aos 22 anos, com networking no ramo da moda, começou a atender empresas como Dudalina, John John, Beagle e Cavalera, criando displays em madeira para sinalizar as grifes nas lojas.
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No boom das barber shops no país, lançou um pente de madeira para barbas e chegou a produzir e comercializar 2.000 peças ao mês, conquistando assim a atenção do mercado e, a partir daí, começou a receber pedidos especiais vindos dos clientes. Da carpintaria tradicional, seu trabalho atingiu outro patamar, quando agregou também o talento do escultor voltado ao mercado de obras de luxo.
Na sua pesquisa, no lugar de tintas, usa o fogo para carbonizar as peças e produzir diferentes tonalidades, e une ainda materiais nobres, como o ouro. Ganhou destaque nacional e internacional quando fez reproduções exclusivas do capacete modelo Ayrton Senna 1993, esculpido em bloco de madeira único, com acabamento em ouro e marcações com fogo. Numa edição limitada, com o instituto do maior piloto brasileiro na Fórmula 1, foram 25 peças numeradas. “O capacete 00, o primeiro que eu fiz, está na sala da mãe do Senna, ao lado do capacete original dele”, conta Cainã.
No início deste mês lançou uma peça com a McLaren Brasil, uma releitura de um ícone da marca. Também criou uma edição de 100 raquetes para comemorar os mais de cem títulos de Roger Federer, o tenista recordista em grand slam.
Outra fase do artista que surpreende é a Blood of Aurum, uma série de esculturas que reproduzem com fidelidade o coração, o pulmão, o cérebro, ou seja, os órgãos vitais, com detalhes em ouro.
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