A Altenburg inicia no dia 15 deste mês uma nova operação fabril em Ciudad del Este, no Paraguai. Em uma área alugada de 4 mil metros quadrados, que recebeu investimentos de pelo menos US$ 500 mil em melhorias e adaptações, trabalharão em torno de 30 a 40 pessoas.
Continua depois da publicidade
Num primeiro momento, lá serão faccionados produtos que posteriormente serão finalizados no Brasil. Além de duas unidades em Blumenau, a empresa de cama, mesa e banho, líder no mercado nacional de travesseiros, também tem uma planta no Sergipe.
A expansão para o país vizinho é estratégica. No Paraguai, a Altenburg terá custos menores com mão de obra e energia. Também vai tirar proveito dos benefícios da Lei de Maquila, que concede generosa redução tributária para a importação de máquinas e matéria-prima.
Além disso, os paraguaios mantêm acordos com a União Europeia que facilitam as exportações de mercadorias para o Velho Mundo.
— São vantagens que podem contribuir para que a Altenburg possa ser mais competitiva — define o presidente Rui Altenburg.
Continua depois da publicidade
Não é apenas a Altenburg que está de olho nas vantagens oferecidas pelo Paraguai. Diante do chamado “custo Brasil”, cresceu nos últimos anos o número de empresas brasileiras que estão em busca de ambientes de negócios “menos hostis”.
O parceiro de Mercosul tem se mostrado uma alternativa bastante atrativa e recebido dezenas de novos projetos industriais. São investimentos, renda e empregos que deixam de ser feitos em território brasileiro.
Faturamento triplicado até 2022
Com crescimento de 15% em 2017 e um faturamento próximo de R$ 350 milhões, a Altenburg projeta chegar a R$ 1 bilhão em receitas até 2022, quando irá comemorar o seu centenário. A expansão agressiva para um período tão curto de tempo passa, também, pela abertura de novas unidades fabris – além dessa do Paraguai, a empresa já pensa em outra para a região central ou Norte do Brasil –, mas deve se sustentar sobretudo em outros pilares.
Há, avalia Rui, espaço para avançar nas vendas sem necessariamente erguer mais fábricas, já que muitas etapas do processo de produção da empresa hoje são terceirizadas. A elevação nos números deve passar por mais eficiência interna, investimentos na modernização das fábricas e em melhorias na distribuição dos produtos.
Continua depois da publicidade
Só em 2018 serão destinados R$ 25 milhões para esse propósito. Para este ano, ”é viável” crescer até 30%, projeta o executivo.
Preparando a saída
Rui planeja deixar em 2020 a presidência da empresa fundada pela avó Johanna, quando completará 50 anos de casa.
— Está mais do que na hora e é recomendável — diz o empresário.
Com o movimento, ele vai ocupar um lugar no Conselho de Administração. A sucessão, no entanto, não será familiar, apesar de Rui ter filhos trabalhando na empresa. Com passagens pela Dudalina, onde construiu carreira, o executivo Ilton Tarnovski, atual vice-presidente, está sendo preparado para assumir o comando dentro de um sistema de governança.
