A Altona deu um novo passo para ampliar negócios na Europa. A metalúrgica blumenauense acertou no início de março a compra de um escritório de representação comercial instalado em Göttingen, na Alemanha.

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O nome da empresa incorporada é impronunciável para quem não tem familiaridade com o idioma germânico: IBG Industrieberatungsgesellschaft mbH. Para facilitar as coisas, a unidade, cuja sede foi deslocada para Frankfurt, será chamada simplesmente de Altona Europa.

Adquirido por 80 mil euros, o escritório era parceiro da Altona, diz o presidente Cacídio Girardi. O executivo justifica o movimento: 10% das exportações da companhia hoje vão para o Velho Mundo – a fatia de operações feitas com o exterior chega a cerca de 35% do faturamento. A empresa já fornece itens que compõem equipamentos e máquinas para países como a própria Alemanha, França e Itália.

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A meta é aproveitar uma estrutura própria na Europa para pulverizar negócios no continente, abrindo margem até mesmo para a instalação de uma unidade produtiva lá fora no futuro.

— A Altona precisa ser mais agressiva, é uma empresa que sabe fazer — resume Girardi.

A operação, mesmo que seja pontual e não envolva cifras volumosas, simboliza um momento de recuperação da tradicional empresa, referência nacional em fundição de aço e usinagem.

Depois de um ano de 2016 duro, marcado por demissões de funcionários e um tombo de cerca de 15% nas receitas, a Altona iniciou 2017 com um plano de enxugamento prestes a ser tirado da gaveta que previa outra redução de jornada de trabalho e novo aperto de cinto para fazer frente ao fraco desempenho da economia até então.

Uma ligação de um cliente, no entanto, mudou o cenário. O alerta era de que as encomendas voltariam, frente as expectativas de início da retomada da atividade econômica – o que de fato se confirmou depois. A demanda de setores ligados à infraestrutura e mineração cresceu. A empresa buscou novos mercados, como o agronegócio e gás. Todos, de alguma maneira, usam máquinas que têm peças que podem ser fabricadas pela Altona, explica Girardi.

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Após três anos de perdas, a produção industrial no país voltou a crescer em 2017 – alta de 2,5%, conforme o IBGE. A adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária, em substituição ao Refis, deu maior fôlego financeiro à empresa com a redução de juros, multas e encargos legais. Tudo isso ajudou.

A receita bruta da Altona somou R$ 193,7 milhões, incremento de 35,4% na comparação com 2016. O lucro foi de R$ 30,6 milhões, contra um resultado ajustado de R$ 5,5 milhões de um ano antes. Trezentos funcionários foram contratados no ano passado. O quadro de pessoal e os números voltaram a se aproximar do período pré-crise.

Sem pressa

Sobre uma eventual transferência das operações para um terreno em Barra Velha, especulada há anos, Girardi diz que a Altona não tem pressa para definir o futuro. Como houve um aditivo ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado junto ao Ministério Público Estadual, a empresa não tem mais prazo para deixar o prédio de 40 mil metros quadrados na Rua Engenheiro Paul Werner, no bairro Itoupava Seca.

Em 2017, a companhia vendeu uma pequena fração da área no município litorâneo para a Havan. O dinheiro da operação foi usado para compor a parcela inicial de adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária do governo federal.

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