Se já não bastassem os altos custos de produção, a carga tributária elevada e as dificuldades do mercado, as cervejarias artesanais de Santa Catarina estão sofrendo com um outro problema: a recorrência de furtos de barris e chopeiras. O fornecimento de chope para eventos é uma das alternativas das empresas para aumentar as vendas. Mas, em alguns casos, os equipamentos enviados não voltam.
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— Se você perguntar para todas as cervejarias da região, elas vão ter algum boletim de ocorrência disso — diz Fernando José de Oliveira, recém-empossado presidente do Sindicato das Indústrias e Bebidas de Santa Catarina (Sindibebidas).
Eleito para um mandato de três anos, Oliveira é proprietário da Zehn Bier, de Brusque. Só ele diz contabilizar ao menos cinco BOs. Em um dos casos, conta que chegou a identificar os equipamentos em uma festa no Litoral catarinense. Mesmo com o registro do boletim, não conseguiu resgatá-los.
O Sindibebidas ainda não tem dados gerais de perdas dos associados com o problema, mas o dirigente garante que o prejuízo é grande. Um barril de 30 litros, segundo ele, custa a partir de R$ 600. Já alguns modelos de chopeiras elétricas podem chegar a R$ 8 mil.
Uma das bandeiras da gestão de Oliveira à frente do Sindibebidas será, justamente, encontrar maneiras de evitar a ação dos criminosos. O presidente do sindicato também quer mapear os casos. Além de cervejarias, a entidade representa fabricantes de águas envasadas, sucos, energéticos, destilados e aguardentes de mais de 250 cidades. As únicas exceções são as indústrias de refrigerantes e vinhos, que têm sindicatos próprios.
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Outras pautas incluem negociações para a redução de custos, nas esferas trabalhista e tributária, e o aumento da representatividade. São apenas 30 associados, enquanto em Santa Catarina existem, só de cervejarias, 250 fábricas. Para ampliar o escopo, o Sindibebidas já iniciou a descentralizar a gestão, antes muito concentrada em cidades como Blumenau e Brusque, elegendo diretores para outras regiões do Estado.
Oliveira fala ainda em estruturar um mecanismo de compras coletivas, que beneficiaria as empresas.
— Temos dificuldades grandes na aquisição de matéria-prima. Como o volume das empresas é pequeno, elas não conseguem escalar.
Além da presidência de Oliveira, a nova gestão do Sindibebidas conta ainda com a vice-presidência de Larissa Schmitt (Das Bier, de Gaspar). Também integram a diretoria Valmir Zanetti (Cerveja Blumenau, de Blumenau), Michele Borck (Borck Cervejaria, de Timbó) e André Grützmacher (Balbúrdia Cervejaria, de Blumenau).
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