O comércio blumenauense foi atingido pela onda de otimismo fruto da futura mudança de ares no governo federal. Na primeira – e de cara a principal – data boa para o varejo depois do resultado das eleições presidenciais, as perspectivas são mais positivas do que em anos anteriores. Lojistas projetam aumento entre 3% e 4% nas vendas de Natal em 2018. Tanto a CDL quanto o Sindilojas apostam em variação neste patamar.

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Por si só, o indicador nem é tão expressivo quando comparado aos do período pré-recessão. Mas para um segmento que vem sofrendo de 2015 para cá, é mais do que suficiente para reacender a esperança por dias – e vendas – melhores. O presidente da CDL, Helio Roncaglio, está confiante. Acredita que tanto o volume quanto o valor das compras devem subir na comparação com 2017. Para ele, o consumidor está mais disposto e tranquilo em gastar.

O presidente do Sindilojas, Emilio Schramm, fala em “carro desatolado”. A expressão sugere um destravamento. É bem verdade que, pelo menos quanto a nível de emprego, algo intimamente ligado a consumo, Blumenau, apesar de seus problemas, conseguiu manter taxas muito superiores à média nacional durante a crise. Mas, na economia, confiança pode ser um elemento muito mais motivador do que qualquer indicador ou plano de governo. Quanto mais convictas de que o país vai melhorar, menos receio as pessoas têm de ir às compras.

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Há outros fatores que sustentam as boas expectativas, estes não ligados aos números das urnas. O Sistema de Informações Gerenciais e de Apoio à Decisão (Sigad), da Furb, estima que os rendimentos extras de final de ano, como férias e 13º salário, cheguem a R$ 400 milhões em Blumenau. A conta inclui o que será pago efetivamente a quem trabalha na cidade – estamos falando de cerca de 135 mil empregos formais.

Duas observações sobre esta quantia. Primeira: ela considera o 13º cheio – incluindo a primeira parcela, que em muitos casos, como no funcionalismo público, já foi paga na metade do ano. Segunda: nem todo mundo que trabalha em Blumenau vai desembolsar esse dinheiro na cidade. Por outro lado, isso pode ser compensado pelos gastos de turistas e moradores de municípios vizinhos.

Não há como dizer quanto desse valor será despejado no comércio e no setor de serviços da cidade nos próximos meses. O certo é que haverá um dinheiro extra circulando nas mãos de gente que, ao contrário de anos anteriores, estará muito mais propensa a gastá-lo.