Pesquisa encomendada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) mostra que 22,6% dos empresários do ramo já sentem os impactos do coronavírus nos negócios. O levantamento foi feito entre os dias 27 e 28 de fevereiro. Apesar da amostra pequena — foram ouvidas 69 companhias em um universo de mais de 28 mil empresas no país —, os resultados sinalizam a preocupação do segmento com a epidemia.

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Dentre os que afirmaram que o vírus já afeta os negócios, 71,43% disseram que o abastecimento de insumos, que em sua maioria vem da China, está comprometido. Outros 64,29% relataram aumento nos custos de matérias-primas. Para 35,71%, a crise ampliou a demanda doméstica por produtos, enquanto 7,14% admitiram problemas no escoamento da produção dos clientes.

Os outros 77,4% dos entrevistados revelaram que a epidemia ainda não afetou o processo produtivo. Mas, neste contingente, 62,22% acreditam que há a expectativa de que isso ocorra nos próximos meses.

A coluna já havia destacado que o surto havia impactado na rotina de importações de indústrias têxteis do Vale. A crise brecou o escoamento de insumos, como fios, de portos chineses, o que levou empresas do ramo a anteciparem compras. Muitas fizeram estoques para até seis meses, quebrando o fluxo de suprimentos e custos e elevando os preços das matérias-primas.

Efeitos do câmbio

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A pesquisa também aproveitou para questionar os empresários sobre os impactos do câmbio próximo a R$ 4,50. Para 44% esse patamar é negativo porque resulta em um aumento dos custos de matérias-primas, insumos e equipamentos, tornando inviável o repasse aos preços.

Para 37%, no entanto, ele é positivo porque reduz a importação de produtos acabados, o que melhora a competitividade nacional e favorece as exportações. Outros 19% disseram que o impacto é neutro.

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