A pandemia do novo coronavírus já provocou perdas de quase R$ 23 milhões a empresas promotoras de eventos em Santa Catarina, mostra uma pesquisa feita pela Fecomércio-SC em parceria com a Associação Blumenauense de Turismo, Eventos e Cultura (Ablutec) e o Blumenau e Vale Europeu Convention & Visitors Bureau, entidade que atua na captação de eventos. O levantamento consultou 28 empresários do ramo, metade deles de Blumenau, entre os dias 3 e 13 de abril. Juntos, eles geram 2.825 empregos diretos.
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O mapeamento revela que a crise já havia afetado, na época das entrevistas, 75 eventos. Cinquenta e sete deles, com um público estimado de 118 mil pessoas, foram adiados e 18, que reuniriam 26,5 mil visitantes, acabaram cancelados. Mas essa é uma pequena fotografia do segmento, um dos mais afetados pela pandemia justamente por estar vinculado a aglomerações.
A amostra é reduzida e não considera os prejuízos indiretos, que respingam em serviços terceirizados (tradução, recepção, audiovisual, entre outros) e no faturamento de hotéis, bares, restaurantes e demais áreas ligadas ao turismo. Além disso, outros eventos já foram cancelados ou adiados deste então.
— Se juntar tudo isso, o impacto é enorme — diz Develon da Rocha, presidente da Ablutec e do Blumenau e Vale Europeu Convention & Visitors Bureau, embora esse cálculo ainda não exista.
O estudo mostra que quase metade dos eventos adiados foi remarcada para o próximo semestre, mas muitos ainda não foram negociados devido às incertezas sobre o futuro. Empresários disseram estar recebendo cancelamentos de contratos e negativas de potenciais expositores.
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O cenário também deve gerar mudanças de paradigmas na realização futura de eventos, em especial nas práticas sanitárias. Além do álcool gel, promotores já consideram a obrigatoriedade de uso de máscaras e a adoção de mecanismos de controle de acesso e de público, entre outros.
Sobre perspectivas de futuro, a pesquisa destaca o depoimento de um dos empresários consultados: “não haverá crescimento dos eventos, haverá uma grande redução de investimento por parte dos expositores e uma desistência significativa de empresas expositoras”. O recado vale para todos os segmentos: o mercado precisará se ajustar a uma nova realidade daqui em diante.