Apesar do saldo negativo em junho, mês em que foram eliminadas 519 vagas na cidade, a geração de empregos acumulada em Blumenau no primeiro semestre teve o melhor resultado para o período desde 2014, justamente o ano em que a crise começou a dar as caras.

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De janeiro a junho de 2018, a economia local abriu 3.836 postos de trabalho formais, aqueles com carteira assinada. Foram 2.462 em 2017, 1.054 em 2016, 2.749 em 2015 e 5.758 em 2014. Os dados, que representam a diferença entre contratações e demissões, são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Tudo bem que na conta de 2018 entra um volume grande de profissionais admitidos em caráter temporário pela prefeitura, os chamados ACTs, que terão os contratos rescindidos ao final do ano. Ou seja, o alto índice de novas vagas na administração pública (saldo positivo de 1.231 empregos até agora) irá desaparecer ao final de 2018. Desconsiderando este fator, no entanto, o desempenho continuaria melhor.

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Na comparação direta com 2017, a indústria e o setor de serviços viram o saldo ter uma leve queda. A primeira criou 1.593 vagas de trabalho no primeiro semestre de 2018 frente aos 1.623 verificados no mesmo período do ano anterior. Já a segunda abriu 719 empregos, contra 823.

Em ambos os casos, a explicação mais plausível são os efeitos da greve dos caminhoneiros na reta final de maio, que teve respingos no mês seguinte. Em junho do ano passado, a indústria local fechou 285 vagas, número que subiu para 433 em 2018. O setor de serviços, que teve saldo positivo de 68 postos de trabalho em 2017, viu a curva virar, com déficit de 124 empregos desta vez.

A leitura dos dados exige pelo menos duas ponderações. A primeira: é fator histórico que o saldo de geração de empregos em Blumenau dispara no primeiro semestre e desacelera na reta final do ano, com términos de contratos e ajustes das empresas, incluindo revisão de quadro de pessoal, para o exercício seguinte. A prova disso é que tanto em 2015 quanto em 2016 o primeiro semestre foi bom, mas o resultado final do ano, considerando todos os meses, ficou no vermelho – perdas de 5.320 e 1.881 vagas, respectivamente.

A segunda: ainda que positivos, os números ainda distantes do período pré-crise revelam que a recuperação da economia não deslanchou como se esperava na largada de 2017, muito em função do cenário de desconfiança institucional e eleitoral que aflige o país.

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Saldo de novas vagas em Blumenau de janeiro a junho:

2018: 3.836
2017: 2.462
2016: 1.054
2015: 2.749
2014: 5.758

Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)