A pouco mais de um ano para as eleições gerais, a polarização que deve marcar principalmente a disputa presidencial, hoje concentrada em torno do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula, começa a ganhar corpo também em Blumenau. Movimentos de partidos de esquerda e grupos sociais críticos à atuação do governo federal no combate à pandemia têm despertado reação de liberais conservadores e defensores do bolsonarismo.

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O embate ideológico teve novo capítulo nesta quinta-feira (17) na Câmara de Vereadores, onde alguns parlamentares já marcam posição com o eleitorado de olho no pleito do ano que vem. O vereador Marcos da Rosa (DEM), que tem feito frequentes acenos ao bolsonarismo, levou à tribuna um panfleto que, segundo ele, estaria sendo distribuído por servidores públicos em local e horário de trabalho.

O material é intitulado “Máscara no rosto, vacina no braço, comida na mesa e fora Bolsonaro!” e conta com a adesão de legendas de esquerda, movimentos sociais e sindicatos de trabalhadores. Além da crítica ao presidente, os autores cobram mais celeridade na vacinação da população, pedem auxílio-emergencial de R$ 600 e atacam a proposta de reforma administrativa (PEC 32), que segundo eles retira direitos sociais e trabalhistas de funcionários públicos.

Material foi alvo de discussão na Câmara de Vereadores
Material foi alvo de discussão na Câmara de Vereadores (Foto: Reprodução, TV Legislativa)

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde de Blumenau informou que, após receber denúncias sobre o caso, contatou a unidade de saúde onde os panfletos teriam sido deixados e a orientou a removê-los, já que a exposição de material com cunho político-partidário é conduta vedada aos servidores.

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Já o Sintraseb, sindicato que representa os servidores públicos de Blumenau, alegou que é falsa a informação de que folhetos partidários estariam sendo deixados em unidades de saúde. A entidade sustenta que o material foi produzido para ser entregue em um ato contra o presidente Bolsonaro programado para este sábado (19).

Acusações de militância partidária em espaços públicos são apenas o começo do que promete ser o processo eleitoral mais conturbado da jovem democracia brasileira. Aos que clamam por um pouco de moderação, será difícil desviar do tiroteio que está por vir.

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