Pouco mais de um ano após o anúncio, a fusão entre a Baumgarten e as alemãs X-Label e Rako – que criou a All4Labels, terceira maior força mundial do mercado gráfico, com 25 unidades produtivas, 3 mil funcionários, mais de 5 mil clientes e 60 bilhões de rótulos e etiquetas impressos por ano – continua crescendo. A integração começou pelas duas companhias europeias. Em 2018, o processo avançará, incluindo a empresa do Vale do Itajaí.
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Como está o processo de fusão?
Continua acontecendo. Tomamos uma decisão de fazer a fusão primeiro na Alemanha, mas a integração entre as três (companhias) já é uma realidade. Tiramos um pouco o pé do acelerador das Américas para vislumbrar um desenvolvimento maior nas duas empresas europeias. Optamos (na Baumgarten) por continuar com uma gestão minha e da minha equipe, aguardando o término da fusão europeia para então iniciarmos o nosso embarque.
Para a Baumgarten, o que mudou de um ano para cá?
Conseguimos avançar fortemente em competitividade. A consolidação dos volumes nos levou a fazer negociações globais. Há muitas matérias-primas e insumos que conseguimos melhorar o nosso custo. Isso é o que realmente hoje, dentro da indústria, importa, porque o preço de venda basicamente já está pré-fixado. Você tem que ser mais produtivo e eficiente na cadeia de produção.
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Quais os próximos passos?
É trabalhar na fusão das Américas com a Europa e aí sim iniciar o grande processo da All4Labels global.
Isso se consolida em 2018?
O caminho está traçado para isso. A gente corre o risco de acontecer algum problema? Corre sim. Há particularidades que podem atrasar ou antecipar esse processo. Trabalhamos no sentido de fechar a operação em 2017. Não deu? Vamos fazer em 2018. O importante não é fechar a fusão, o importante é fazer com que ela seja uma operação inteligente e sólida. Nós não temos pressa. O mais importante é que nós estamos conseguindo evoluir tanto na nossa área comercial de vendas quanto na área de aquisição de produtos, insumos, máquinas e equipamentos.
Quanto a empresa vai crescer em 2017?
Vamos crescer dois dígitos neste ano. A números macro, vamos faturar entre R$ 270 milhões e R$ 280 milhões aqui no Brasil. O crescimento do grupo, fundindo os números, também será importante.
Depois que esse processo de fusão terminar, a Baumgarten deixará de existir como empresa?
Haverá, obviamente, uma transição. A marca, por um longo período, continuará figurando no mercado, até porque somos reconhecidos não só no Brasil, mas globalmente como Baumgarten. Mas com certeza a All4Labels será a marca global.
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O que esperar da Baumgarten no próximo ano?
A competitividade será cada vez mais exigida. A gente vem enxergando, no todo do Brasil, que o crescimento da economia é lento, mas está existindo. A aposta é que a gente consiga crescer e atingir nossas metas, mas imaginando que a luta será dura.
Como a eleição afeta esse cenário?
A eleição nos traz uma incerteza muito grande. Nós, como Baumgarten, importamos muitos insumos, e o que não importamos está muito atrelado a câmbio. Esse é um risco eminente que o ambiente político nos traz. Se houver a aprovação da reforma da Previdência agora no início de fevereiro, qual vai ser a expectativa econômica que isso vai trazer? Isso tudo a gente vai ter que medir e ir trabalhando. O que vai nos atingir mais é exatamente essa flutuação cambial que existe hoje em função das especulações políticas. Muita coisa na política ainda vai acontecer. A gente só não sabe ainda se para o bem ou para o mal.
O seu nome eventualmente é ventilado no meio político. Você terá alguma participação nas eleições estaduais do ano que vem?
Eu tenho uma missão muito grande aqui dentro da empresa. Tenho também um compromisso muito forte na Federação das Indústrias (Ronaldo é vice-presidente regional da Fiesc para o Vale do Itajaí). O ventilar do meu nome na última eleição a prefeito (de Blumenau) me deixou realmente bastante feliz. Isso demonstra que a classe empresarial está sendo vista com bons olhos. Mas não, não vou participar do processo eleitoral do ano que vem porque os meus desafios hoje são outros. Agora, o futuro a Deus pertence.
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Algum plano de novas fábricas para a All4Labels?
Enquanto tivermos clientes precisando de etiquetas, nós vamos crescer. Neste ano inauguramos uma planta na China. O mercado da Ásia interessa muito. Os EUA também. O que a gente precisa é de negócio. Tendo negócio, vamos atrás. Hoje a coisa mais fácil é construir uma fábrica, mas não adianta ter uma fábrica e não ter pedido para rodar.
