Sete cidades de Santa Catarina estão entre as 100 do Brasil que mais investiram em 2021, mostra o anuário Multi Cidades, publicado pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP). O documento traça um amplo raio-X das finanças dos municípios do país, com informações sobre receitas com impostos e taxas e despesas com pessoal, custeio, saúde, educação e assistência social, além de investimentos.
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A fila catarinense é puxada por Blumenau. Com R$ 180,7 milhões investidos no último ano, a cidade do Vale aparece na 33ª posição nacional. Entre as cidades da região Sul, foi a quarta colocada, atrás apenas de Curitiba (R$ 444,3 milhões), Porto Alegre (R$ 383,6 milhões) e Maringá (R$ 194,7 milhões).
Os outros municípios do Estado que figuram no ranking são Balneário Camboriú, Florianópolis, Itajaí, Jaraguá do Sul, Criciúma e Joinville. Juntas, essas sete cidades catarinenses investiram pouco mais de R$ 1 bilhão no ano passado (veja os detalhes na tabela abaixo).
O anuário considera como investimentos despesas empenhadas de capital, incluindo inversões financeiras. É basicamente dinheiro aportado em infraestrutura, seja em obras ou em aquisição de equipamentos – despesas com custeio, pessoal e dívidas, por exemplo, entram em um ranking a parte.
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O estudo revela ainda que esses investimentos, principalmente nas médias e grandes cidades, são cada vez menos feitos com recursos próprios. Ou seja, as prefeituras têm precisado recorrer a operações de crédito, como empréstimos junto a bancos, para bancar obras. Esse cenário se acentuou a partir da crise econômica entre 2015 e 2016, que minguou a capacidade de poupança dos governos locais e encurtou a margem fiscal.
Segundo o anuário, o financiamento dos municípios com dinheiro do próprio caixa caiu 27% no período analisado – comparativo entre 2005-2008 e 2017-2020. Em contrapartida, os empréstimos aumentaram 323%.
No caso de Blumenau, que lidera o ranking catarinense, operações de crédito contratadas com Banco do Brasil, Finisa e Ministério das Cidades têm ajudado a bancar obras de mobilidade urbana e infraestrutura viária, entre outras. Na comparação com 2020, os aportes na cidade em 2021 subiram quase 27% – foram R$ 142,3 milhões no ano anterior. Para o prefeito Mário Hildebrandt, o poder público ajuda a puxar investimentos privados quando toma a frente para aplicar na infraestrutura.
— Você gera uma linha otimista de investimentos – avalia.
No país
No cenário geral do Brasil, os investimentos municipais recuaram 16,9% em 2021, atingindo R$ 58,98 bilhões em valores corrigidos pelo IPCA. O relatório da FNP destaca que a queda era esperada porque se trata, no caso de muitas prefeituras, do primeiro ano de mandato de novos gestores eleitos em 2020. Como estão assumindo a casa, muitos projetos ainda estão em estágio de preparação.
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No ranking geral, São Paulo (SP) aparece com folga na liderança entre as cidades brasileiras que mais investiram em 2021, com R$ 3,81 bilhões. Depois aparecem Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG) e Barueri (SP).
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