A Souza Cruz comunicou nesta terça-feira a funcionários o encerramento das atividades da usina de Blumenau, no bairro Garcia. A medida faz parte de uma “reestruturação do negócio, visando alcançar maior competitividade na operação”, informou a empresa. No mesmo movimento, a companhia também anunciou que vai desativar o posto de compra localizado em Sombrio, no Sul do Estado.
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Em comunicado oficial, a Souza Cruz acrescentou que a compra do tabaco dos produtores da região será redistribuída para o novo posto de Timbó e outras unidades da companhia no Rio Grande do Sul e no Paraná, "de acordo com a melhor opção logística para nossos mais de oito mil produtores integrados no Estado". Já o processamento do tabaco será direcionado para as plantas de Rio Negro (PR) e Santa Cruz do Sul (RS), que têm estrutura para suprir a demanda.
Rumores de que a usina de Blumenau seria desativada eram frequentes há bastante tempo, mas a Souza Cruz sempre negava a possibilidade. A informação, no entanto, voltou a circular com força nos bastidores nos últimos meses.
Um dos fatores que pesou na decisão, segundo a companhia, foi o crescimento do mercado ilegal, que representa 57% do volume de cigarros vendidos no país.
Com a decisão, os imóveis de Blumenau e Sombrio serão mantidos apenas até que sejam vendidos.
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Suporte aos funcionários
A Souza Cruz diz ainda que “fez todos os esforços para realocar o maior número possível de colaboradores” e convidou cerca de 50% dos 71 profissionais efetivos a atuar em outras unidades. Para aqueles que foram desligados, a companhia diz que vai conceder “um pacote de rescisão acima do que é exigido por lei e bem superior aos padrões de mercado”, além de uma consultoria para ajudar os profissionais a buscarem recolocação.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação, Bebidas, Fumo e Afins de Blumenau, Nilson Weiss, confirmou à coluna as condições propostas pela empresa em relação à rescisão dos funcionários.
O dirigente também ouvia os rumores há anos. Além da concorrência com produtos contrabandeados, ele acredita que o local onde funcionava a usina – em uma área urbana da cidade, dificultando a operação logística – e a diminuição do tabagismo são fatores que contribuíram para o reposicionamento anunciado pela companhia.
Além dos 71 funcionários efetivos, a Souza Cruz empregava centenas de outras pessoas durante o período da safra, entre janeiro e agosto, quando a unidade comprava e beneficiava tabaco.
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