Mais uma empresa têxtil catarinense precisou pedir socorro à Justiça para reestruturar os negócios. A Lik Kids Confecções, de Gaspar, teve o pedido de recuperação judicial deferido na última segunda-feira (4). Com a medida, a empresa busca renegociar dívidas de cerca de R$ 35 milhões.
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A companhia foi fundada em 2018, com foco em vestuário infantil. Além de contar com duas marcas próprias – Amada e Lik Boys –, a Lik Kids também atua com private label, confeccionando sob medida para outras marcas do segmento.
Na petição inicial, a qual a coluna teve acesso, a empresa afirma que vem enfrentando, nos últimos anos, uma conjuntura adversa no setor têxtil, marcada por retração do consumo, aumento de custos de insumos, crédito restrito e expansão de produtos importados de baixo custo, que diminuiu as margens de lucro.
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“Desde 2020, com a pandemia e seus reflexos prolongados, houve uma significativa redução na demanda interna, aumento dos custos de produção (especialmente tecidos, aviamentos e energia elétrica) e forte elevação das taxas de juros, o que reduziu drasticamente a capacidade de financiamento do capital de giro”, cita o documento.
A Lik Kids tem duas unidades operacionais, uma voltada às atividades administrativas, de planejamento e controle da produção, talharia e confecção de amostras, e outra destinada aos setores de qualidade e expedição. Um dos desafios da empresa é contornar uma dívida que, hoje, é pelo menos quatro vezes superior ao faturamento bruto anual, na casa dos R$ 8 milhões.
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O advogado Pedro Cascaes Neto, que representa a empresa no processo, diz que esse é um caso em que a recuperação judicial “cai como uma luva”, já que permite medidas para equalizar o passivo em relação à capacidade de geração de caixa.
A decisão judicial suspendeu temporariamente as cobranças e execuções contra a empresa, permitindo que ela ganhe fôlego financeiro para organizar a casa. Durante o período de reestruturação, a Lik Kids continuará operando normalmente, mantendo a produção, o quadro de funcionários e compromissos com clientes e fornecedores, observa Cascaes Neto.
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