Nestas férias, tive tempo para experimentar alguns jogos. E um que já mora no meu coração é Mass Effect. Ouvi falar muito desta série durante a época do Xbox 360, mas só agora estou entrando no universo do game, com a versão remasterizada Legendary Edition. E fiquei completamente encantada.

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Já disse aqui na coluna algumas vezes que eu acho a jogabilidade bem mais importante do que a história de um jogo. Aqui em Mass Effect, não é exatamente o enredo que é incrível, mas toda a construção do universo do game, do lore.

Comandante Shepard observa espécies dançando em boate de Mass Effect
Bora dançar com a galera alienígena (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

E do que eu mais gosto nos videogames, até mais do que da jogabilidade, é de me perder em um mundo de ficção, em que eu acredite tanto naquele universo no qual meu personagem está inserido que parece que tenho a oportunidade única de viver em um outro lugar, de experimentar uma outra vida.

Isso Mass Effect faz muito bem. Aqui, a criação do seu protagonista não é só a aparência, ou mesmo as habilidades que ele ou ela tem, que você escolhe com pontos. Você também determina qual a história do personagem, de onde ele veio e qual a especialidade dele.

Comandante Shepard na Lua
Floripa, vista de bem longe (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

A minha comandante Ginny Shepard, por exemplo, é a única sobrevivente de um ataque e também ajudou a salvar muitas vidas em uma batalha. Porque se a gente não consegue ser um herói na vida real, por que não ser um no videogame, não é mesmo? Eu adoro.

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Não é só o seu personagem que tem uma história por trás. Os outros que você encontra e se tornam importantes na trama também têm.

Porém o que mais me impressionou foi toda a construção do universo. Mass Effect se passa num futuro. E não há só humanos, mas outras espécies alienígenas. O que a série faz é explicar com carinho quem são eles.

Dessa forma, você não encontra apenas uma mulher azul, um paquiderme esquisito, uma caravela com patas ou um bicho com cara de aspirador de pó. Todas as espécies têm nomes e explicações sobre como é a sociedade delas. Os alienígenas não estão ali como decoração.

Tem uma espécie cujos indivíduos, na passagem da adolescência para a vida adulta, precisam fazer uma peregrinação. Já outra foi atacada por uma arma biológica e agora sofre com a falta de fertilidade. Em outra, há apenas um sexo e os indivíduos vivem 1000 anos.

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Essas informações são passadas ao jogador durante a trama, mas ainda tem um codex no menu do game, onde você pode ler ainda mais, se estiver interessado. E olha que eu li. A impressão que dá é que Mass Effect poderia tranquilamente ser também um RPG de mesa, com um livrinho para consultar, de tão detalhado.

Comandante Shepard ataca um rachni
Felizmente a Shepard se lembrou de trazer o inseticida (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

Tudo isso culmina em uma experiência muito mais imersiva para o jogador. Você acaba conhecendo tanto sobre aquelas espécies e aqueles planetas que se envolve ainda mais no enredo e quer participar mais da história.

Em um RPG, isso torna a experiência ainda mais rica. Dá ainda mais vontade de ficar naquele universo.

Acaba que são poucos os games que me pegam pela imersão, mais do que pela jogabilidade. Recomendo demais este aqui, caso você não tenha mergulhado ainda no universo Mass Effect.

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