Quem mora em Joinville, e até na região, já deve ter ouvido falar na Omunga, que tem à frente Roberto Pascoal. De início, uma “Grife Social” e, depois, uma ONG, mas sempre com um só objetivo: construir bibliotecas e realizar formações de professores nas regiões mais carentes do Brasil e do mundo. Segundo o criador e empreendedor, os primeiros anos de trabalho foram certeiros, com coleções de camisetas, panetones, exposições e muito mais, sempre com o objetivo de arrecadar recursos para bancar as ações, que já têm frutos no sertão e na África, só para citar alguns lugares. Mas como muitos outros projetos e empresas, nos últimos tempos a Omunga também sentiu os efeitos da crise.Segundo Pascoal, as vendas diminuíram e o caminho foi buscar a renovação. Hoje, a Omunga faz parte de incubadora de inovação social do Inovaparq que estimula e facilita empresas de cunho social. A Omunga também está entre as seis finalistas da Spin, primeira aceleradora do Norte de SC. Ou seja, em meio aos percalços comuns de qualquer caminhada, a marca continua se firmando e mostrando que sonhos podem, sim, ser realizados, como diz o próprio Pascoal. Confira a entrevista:

Quantos anos já são de trabalho com a Omunga? Qual avaliação você faz dessa caminhada?
Roberto Pascoal –
 Após esses primeiros quatro anos de atividades, 2017 foi um ano de avaliar o que foi feito, mas, sobretudo, repensar os caminhos para atingirmos sustentabilidade financeira e atuarmos em larga escala com os mesmos objetivos: levar educação para as regiões mais carentes do Brasil e do mundo por meio da construção de bibliotecas e formação contínua de professores.

Quantas pessoas já foram beneficiadas pelo trabalho da Omunga?
Pascoal – Importante lembrar que nesse período lançamos o Projeto Escolas do Sertão, com duas bibliotecas construídas, uma em Betânia do Piauí e outra em Curral Novo-PI. Realizamos mais sete formações de professores, sendo, em média três por ano, beneficiando em torno de 2.500 crianças e 160 professores do sertão do Piauí. Também lançamos o Projeto Livros para África e viabilizamos a construção de uma biblioteca em Luanda, capital de Angola. Estamos em processo de despacho de 5 mil livros, cinco computadores, móveis e outros materiais didáticos.

O que vem pela frente? Mais bibliotecas?
Pascoal – Para 2018, temos os seguintes objetivos: inaugurar a biblioteca do Projeto Livros para África; retomar as formações de professores do Projeto Escolas do Sertão; lançar o Projeto Omunga na Amazônia; lançar um modelo de negócio com foco na recorrência financeira; e lançar uma nova coleção de camisetas como ação para potencializar ainda mais o reconhecimento da marca.

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Qual é a sua maior alegria nesses anos todos?
Pascoal – Rê, fundei a Omunga para ser meu projeto de vida e isso pulsa cada vez mais forte dentro de mim. Minha maior alegria é perceber que meus propósitos e convicções criam melhores condições de vida para milhares de crianças verdadeiramente desassistidas por meio da educação, por tornarmo-nos uma ponte entre essas crianças e as pessoas que acreditam numa sociedade igualitária e vestem nossa causa. Por fim, perceber que cada vez mais a Omunga é respeitada e admirada como verdadeiro símbolo de transformação social.

Qual é o seu sonho à frente da Omunga?
Pascoal – O meu sonho com a Omunga para daqui para frente é a solidez financeira, contratar mais pessoas, estar presente em mais cidades brasileiras e em outros lugares do mundo e viver unicamente desse objetivo: criar um mundo melhor por meio da educação.

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