José Fritsch, superintendente federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA) em Santa Catarina, tenta mudar em Brasília a regra da certificação de produtos orgânicos. A norma estabelece, atualmente, que cada item tenha um processo individualizado.
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Na prática, a burocracia é enorme e inviabiliza a certificação em uma propriedade, por exemplo, que produz 70 espécies diferentes. E essa é a característica da agricultura familiar, baseada na diversificação do plantio e não na monocultura.
Fritsch, ex-prefeito de Chapecó e ex-ministro da Pesca, defende a simplificação.
— Nós defendemos que a propriedade seja certificada livre de agrotóxicos, é mais simples. Isso já ocorre na Índia, China, França e Colômbia, por exemplo. Dentro do governo as pessoas não têm a vivência dessa área e as coisas são demoradas — diz o superintendente, em fogo amigo.
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O catarinense demonstra preocupação quanto ao futuro da agroecologia no Brasil.
— Dentro do governo ainda acham que é ficção a agroecologia em larga escala. Se nós continuarmos no ritmo atual e com o mesmo sistema, em dez anos estaremos no mesmo lugar — diz.
Glaico José Sell, produtor de orgânicos há 28 anos em Paulo Lopes, na Grande Florianópolis, comercializa suas hortaliças e legumes semanalmente na feira da Lagoa da Conceição, na capital. Ele reclama da burocracia da certificação.
Jamil Abdalla Fayad, engenheiro agrônomo aposentado da Epagri e Fundador do Instituto SPDH+, que atua na transição para a agroecologia contesta o argumento de que o preço do orgânico é mais alto.
— Dizem que é mais caro, mas não é. Já há tecnologia para fazer em larga escala— diz.
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