O desencanto com o futuro e a percepção de que estamos no pior momento da história de combate à corrupção no Brasil são mostrados em evidências das últimas semanas. Vamos aos fatos: pesquisa da Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira (26), aponta que a maioria dos eleitores de 8 estados acredita que o Brasil está indo na direção errada, e que Lula (PT) deveria fazer um governo diferente nos próximos dois anos.
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A percepção sobre o rumo do país piorou, na comparação com dezembro, nos 6 estados em que a Quaest havia feito a mesma pergunta naquele mês (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e São Paulo).
A parcela dos eleitores que acham que Brasil está indo na direção errada subiu em todos esses, e a dos que acham que está indo na direção certa caiu em 5 (no Paraná, oscilou para baixo, no limite da margem de erro).
Quando se vê mais do mesmo, políticas públicas requentadas e uma gastança desenfreada, o sentimento é de que a conta chega logo depois, e certamente virá mais cara. A política fiscal do governo não tem credibilidade, o mercado não acredita mais em bravatas e, no que diz respeito ao combate à corrupção, a Transparência Internacional trouxe a informação em sua pesquisa.
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O Brasil caiu no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, medido pela organização Transparência Internacional, e chegou à pior nota e pior colocação da série histórica, que pode ser comparada desde 2012.
Quando se tem orçamento secreto e emendas parlamentares sem transparência alguma e, o pior, uma avalanche de anulações de condenações e arquivamentos de processos decorrentes da Lava Jato — o maior escândalo de corrupção já documentado no Brasil — é o fim da esperança de que os poderosos irão para a prisão no país.
Por mais que houvesse a parcialidade do então juiz Sergio Moro no processo, os crimes existiram e foram fartamente comprovados. E, por ironia do destino, todos os excessos cometidos no passado, ocorrem agora no STF, porém, por puro casuísmo, quem criticou no passado, agora, silencia por conveniência.
Marcílio Barenco, Procurador-Geral do MPC/MG e presidente da Associação Nacional do Ministério Público de Contas, disse ao programa Conversas Cruzadas da CBN Floripa que as “instituições de controle sofrem com a ausência de continuidade de políticas públicas de controle externo”.
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Diogo Ringenberg, Procurador de contas Ministério Público de Contas/SC afirma que há um “processo de desmonte das estruturas estatais de combate à corrupção”.
Nos bastidores, membros do Ministério Público mostram desencanto. Servidores que entraram nas instituições de controle com a esperança de combater a corrupção, hoje, mostram-se desencantados.
Por fim, Santa Catarina já teve 33 Observatórios Sociais. Hoje, são apenas 20.
Já se acreditou mais que era possível vencer a corrupção no Brasil.
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