Por mais surreal que pareça, a vice-governadora Daniela Reinehr, com seu histórico de atritos públicos com o governador, poderá salvar Carlos Moisés da Silva do Impeachment. Há um movimento crescente neste sentido, de fora para dentro da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Há cerca de 20 dias houve uma reunião na Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) com a bancada do oeste, composta por 15 parlamentares. A primeira pauta da reunião foi o impeachment.

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O que os parlamentares ouviram foi que, se for pra tirar alguém, que saia o governador e não a vice. Daniela é do oeste e defensora do agronegócio. Em 2019,  levantou o tom de críticas ao governador quando este apresentou o projeto de taxar os agrotóxicos progressivamente de acordo com a toxicidade.

A questão é que, internamente, na Alesc, não há interesse em deixar o governo para Daniela Reinehr. Neste contexto, caso os deputados perceberem que a vice será salva do afastamento, Moisés iria de carona. Essa tese é válida para o processo mais avançado e que trata da equiparação salarial entre PGE e procuradores da Alesc.

>O impeachment em SC e as nuvens

Na Alesc, entretanto, o sentimento é “ou tira os dois, ou não tira nenhum”.

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A bancada do oeste poderá salvar Moisés por tabela. A questão é complexa, pois quem defende o impeachment do governador, não quer Daniela no cargo.

Sabendo do movimento que vem do oeste, o grupo que defende o afastamento de Moisés e Daniela já mostrou suas armas. E, até o momento, o poderio bélico deste, parece ser maior.

Estratégia

Mesmo com a discussão sobre o rito do impeachment, a Alesc se articula para que a votação seja por bancada. Pelos cálculos do movimento pró-impeachment, de largada sairia com 15 x 1 pelo afastamento. A defesa de Moisés quer que a votação ocorra em ordem alfabética.