A cidade de Florianópolis sofre com a falta de capacidade para construirmos consensos. A dificuldade que as forças vivas, barulhentas ou não, representativas ou não, têm de construir uma agenda mínima é ruim para a cidade. Essa paralisia dificulta no planejamento urbano, no crescimento ordenado, na atração de investimentos, na moradia social, na questão ambiental….
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Uma discussão madura e honesta sobre o plano diretor não avança. As audiências públicas que virão são necessárias e, dificilmente, se chegará a uma convergência. Mas precisa avançar, com prováveis ajustes no texto. Enquanto isso, a cidade ilegal prospera. De um lado a sociedade não sabe o que está em discussão e, de outro, há uma narrativa infantil, não técnica e desonesta, que se resume a tamanho de prédio.
Exemplos não nos faltam de discussões importantes que não avançaram. A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Tavares (RT) é uma delas. A obra foi pensada para lançar o efluente tratado no nível terciário (mais avançado) no RT. Órgãos de controle e maricultores não concordaram. Disseram que iria comprometer a maricultura. A obra, com investimento da Agência Japonesa (Jica) teve recursos realocados, isso porque os japoneses ficaram confusos com tanto vai e vem no projeto. O governo catarinense colocou o dinheiro japonês em outra obra de saneamento pois temia que a Jica desistisse de nós com tamanha bagunça. A obra segue com recursos próprios.
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A Casan resolveu , então, fazer de um limão uma limonada, mas azedou.
Surgiu a ideia de ampliar a estação e resolver o problema de todo leste e sul da Ilha de Santa Catarina, em definitivo. Foi então que surgiu o emissário submarino. Embora seja uma técnica aplicada, e com sucesso, no mundo todo. Para a população, fica a percepção de que trata-se apenas de lançar cocô no mar. E, ainda hoje, corremos o risco da ETE ficar pronta e não ser utilizada, devido à indefinição de onde lançar o efluente tratado. Enquanto isso, o esgoto é lançado todo o dia in natura no meio ambiente.
No passado, há mais de 20 anos, houve uma histeria barulhenta que impediu o projeto da Portobello na Barra da Lagoa. Alguém acredita que foi uma decisão adequada? Poderíamos ter ali uma espécie de Pedra Branca, no urbanismo voltado às pessoas e à convivência em espaços públicos. Mas não, optamos pelas servidões.
Enquanto estivermos num confronto ideológico, desonesto e infantil da “turma do contra” x “capitalistas inescrupulosos”, a cidade só perde.
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