Santa Catarina viu algo inusitado e histórico na tarde/noite desta segunda-feira (19) na diplomação do governador eleito Jorginho Mello (PL), da vice Marilisa Bohem (PL), do senador eleito Jorge Seif (P), dos 40 deputados estaduais e os 16 deputados federais. 

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Os três mais votados para funções legislativas e que tiveram direito a falar não citaram em nenhum momento os problemas e desafios reais de Santa Catarina, como deficiência em infraestrutura e a crise na saúde. A deputada estadual mais votada de Santa Catarina, Ana Campagnolo (PL) com 196.571 votos, a deputada federal reeleita Carol de Toni (PL) e seus 227.632 votos e o senador eleito Jorge Seif e seus impressionantes 1.484.110 votos falaram para seus seguidores sobre temas nacionais que são bandeiras dos apoiadores do presidente jair Bolsonaro, mas absolutamente nada foi dito sobre os assuntos que afetam o cidadão catarinense no dia a dia.

Campagnolo elogiou o comportamento dos homens na Alesc, ressaltou a harmonia na convivência e fez um discurso antifeminista. Carol de Toni falou em crise institucional no país e citou a “ invasão de competências do Legislativo pelo Judiciário”.

Seif utilizou seu tempo para agradecer o presidente Jair Bolsonaro e fez uma breve e correta manifestação sobre trazer mais recursos para Santa Catarina.

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A crise na saúde, com mais de 100 mil pessoas na fila de espera por cirurgias eletivas; a péssima condição da malha rodoviária catarinense e a falta de reciprocidade de Brasília com o Orçamento de Santa Catarina foram completamente ignorados por quem obteve, somando os três, 1.908.313 votos.

É impressionante que os problemas que afetam o cidadão, como o déficit habitacional catarinense, a necessidade de ampliar o ensino integral nas nossas escolas, a mobilidade urbana nas principais cidades, o financiamento do transporte coletivo, a qualificação da mão de obra, e o índice vexatório de cobertura de saneamento básico de santa Catarina foram completamente ignorados.

Jorginho

Já o governador eleito e diplomado Jorginho Mello fez um discurso correto e sinalizou ao centro ao afirmar que “Santa Catarina é uma só”. Mello acertou também quando citou que as prioridades são saúde, educação e emprego.

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