A nota divulgada pela Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc) sobre os investimentos para ampliação dos portos de Itapoá e Porto de São Francisco do Sul serve de alerta aos catarinenses e confirma o que a coluna vem dizendo: a infraestrutura viária está aquém do crescimento econômico de Santa Catarina e pode comprometer a nossa competitividade no futuro.

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Na última semana, foram anunciados R$ 324 milhões que serão viabilizados pela Parceria Público Privada envolvendo Porto Itapoá e Porto de São Francisco do Sul e R$ 137,1 milhões pelo governo federal na dragagem dragagem do canal externo da  Baía da Babitonga, além de recursos de melhorias nos acessos rodoviários. 

Filas na BR-101 Norte

Diz a Fetrancesc, que reconhece a importância do investimento, mas pede melhorias nas estradas:

A Federação alerta que os avanços nos portos precisam caminhar lado a lado com melhorias urgentes na infraestrutura rodoviária. Não basta ampliar a capacidade de escoamento dos portos se a principal rota de ligação, a BR-101 Norte, permanece em situação de colapso, elevando os custos operacionais adicionais dos transportadores, comprometendo a eficiência logística, a competitividade das empresas e a mobilidade da sociedade catarinense.

É importante destacar que parte dos recursos anunciados será direcionada a obras nos acessos portuários, mas a realidade é que o fluxo de cargas continua sobrecarregando a BR-101. O setor de transporte rodoviário já enfrenta desafios como a perda de produtividade, a escassez de motoristas profissionais e a necessidade de ampliar e modernizar a frota de caminhões para atender à demanda crescente, e a falta de infraestrutura adequada agrava ainda mais esse cenário.

Diante disso, a Fetrancesc cobra urgência na execução das obras emergenciais no trecho Norte da rodovia, necessárias para amenizar o trânsito na região. Tais obras, somadas à construção da Via Mar, são fundamentais para garantir a fluidez do transporte, reduzir gargalos logísticos e assegurar que os benefícios dos investimentos portuários se traduzam, de fato, em ganhos para toda a sociedade catarinense.

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O desafio não é apenas investir em portos ou em rodovias isoladamente, mas em toda a cadeia logística. Somente assim Santa Catarina poderá sustentar seu protagonismo econômico de forma equilibrada e eficiente”.

Com os investimentos previstos, a projeção aponta para triplicação do número de empresas de logística, um salto de 8 mil para 45 mil empregos no setor portuário e mais 130 mil contêineres em circulação. 

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