A secretária de Assistência Social de Florianópolis, Maria Claudia Goulart, se surpreendeu com a reação negativa pelas redes sociais com a aprovação, na Câmara de Vereadores, do projeto Floripa Cidade Coração. Embora o texto traga os compromissos da cidade com políticas públicas como a Passarela da Cidadania e abordagem de rua, o que repercutiu nas redes sociais foi a “bolsa morador de rua” ou “bolsa mendigo”, assim chamadas pelos ouvintes da CBN Diário nas inúmeras mensagens recebidas nesta sexta-feira (21).

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O projeto cria o Benefício Desacolhimento que concede por até nove meses um salário mínimo (R$ 1.045,00) para no máximo 20 pessoas por mês que estejam em processo de saída dos equipamentos de acolhimento institucional e familiar.

O projeto é ousado, inovador e tem inúmeros desafios. Será preciso fiscalizar e orientar a utilização desse dinheiro, fato previsto no projeto. Quem garante, por exemplo, que não será utilizado para comprar drogas? É um risco. A cidade tem moradores de rua em locais em que, no passado, isso era inimaginável. Florianópolis nunca teve tanto pedinte nas sinaleiras. Tem morador de rua nos Ingleses, na Trindade e em outros locais em que tal fato jamais aconteceu. Crise financeira, desemprego, uso de drogas, problemas mentais e brigas familiares estão entre as principais causas.

Atrair mais gente

Um grande risco é a cidade atrair mais moradores de rua- com a ideia de “vai pra floripa que lá eles dão comida e até dinheiro”.

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Creio, entretanto, que a ideia é válida. É uma tentativa. Qualquer política pública nessa área não há garantia de sucesso. A prefeitura da capital, um exército de voluntários abnegados e religiosos fazem um trabalho gigante e muito bonito nessa área oferecendo serviços de cidadania básica e conscientizando a população a não dar esmolas. Vale à pena arriscar. Pensar fora da caixa e fazer algo diferente. É uma experiência que, não dando certo, volta-se ao que quase sempre foi feito e sem o resultado esperado. É um assunto sério, complexo e sem solução fácil.

Confira a entrevista com a Secretária de Assistência Social de Florianópolis, Maria Claudia Goulart:

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