Quanto tempo vai durar a ideia e prática do corredor exclusivo de ônibus na SC-401 do João Paulo ao Cacupé ou Tisan a partir da conclusão da 3ª faixa na rodovia estadual mais movimentada de Santa Catarina e que dá acesso ao Norte da Ilha, em Florianópolis ? O tom da pergunta parece pessimista, mas, no fundo, questiona se Governo do Estado e Prefeitura estão preparados para resistir à pressão dos donos dos carros particulares que não poderão circular no futuro novo trecho.
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Imagine um sábado de verão, com sol. A fila começa na Avenida Beira-Mar Norte e se prolonga pela SC-401. O motorista parado e trancado, olha para o lado e vê uma faixa de rolamento vazia. Ele vai reclamar e isso irá repercutir nas redes sociais. Será preciso muita convicção para os gestores públicos manterem o experimento.
A obra que vai mudar a SC-401:
Diz o documento divulgado pela prefeitura de Florianópolis no lançamento da Operação Verão, ocorrido na última quarta-feira (15), no Aeroporto de Florianópolis:
“A nova linha direta entre o TISAN e o TICEN, que deverá usar a faixa exclusiva da SC-401, vai cobrir um trajeto estratégico. Será um meio de conexão rápida tanto aos passageiros que saem da região de Santo Antônio de Lisboa, quanto aos que chegam até o bairro através de linhas que circulam nos principais balneários da região Norte”.
Na 3ª faixa, disseram as autoridades municipais, irão circular, além dos ônibus, veículos de carga, ambulância, bombeiros e viaturas polícias.
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A secretaria de infraestrutura (SIE/SC) fala em “teste” e “piloto”, a prefeitura já traz algo como definitivo. Além disso, o prefeito Topazio Neto citou o trecho do modelo entre João Paulo e Cacupé e o texto de divulgação afirma até o TIsan. Apesar da confusão, o importante é a iniciativa e o conceito correto.
A medida está alinhada com as melhores práticas internacionais de se priorizar o transporte coletivo e detrimento do individual. Para dar certo, entretanto, será fundamental uma boa oferta de horários, a articulação com as conexões para as praias e fiscalização da PMRV para que os “espertinhos” não invadam a faixa restrita.
Florianópolis tem crescimento demográfico e chegada considerável de migrantes. A frota de carros e motos só cresce. Temos limitações geográficas naturais: é uma ilha, temos morros, dunas, mangues e áreas de preservação. É preciso mudar a mentalidade.
Embora o subsídio existente na tarifa de ônibus e o mérito de já se ter alcançado o mesmo número de usuários do período pré-pandemia, o investimento histórico sempre foi no rodoviarismo. Novos acessos, elevados, pontes e conexões viárias são necessárias, mas é preciso equilibrar o recurso e destinar boa parte ao transporte coletivo.
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Caso contrário, a esperança sempre estará na próxima obra.
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