A representação na Assembleia Legislativa vai ficar distante de acompanhar o tamanho do colégio eleitoral das regiões de Joinville, Jaraguá, São Bento do Sul, Mafra e Canoinhas. Com quase 20% do eleitorado de Santa Catarina, os 26 municípios do Norte de Santa Catarina deveriam contar com uma bancada com sete a oito deputados estaduais. Pois hoje são sete e serão apenas quatro a partir de 2019. Apenas Kennedy Nunes (PSD) e Vicente Caropreso (PSDB) se reelegeram entre os quatro que tentaram novo mandato na Assembleia – Patrício Destro (PSB) e Silvio Dreveck (PP) ficaram na suplência.

Continua depois da publicidade

Os demais concorreram a federal ou nem tentaram no novo mandato. Além dos dois reeleitos, a bancada do Norte na Assembleia a partir do ano que vem passará a contar também com Sargento Lima (PSL) e Fernando Krelling (MDB). E só. O Planalto Norte, observado isoladamente, não terá deputado estadual, nem federal a partir de 2019. A região Sul, por exemplo, elegeu oito deputados estaduais.

 

Melhor resultado na Câmara

Na disputa pela Câmara dos Deputados, a situação foi diferente, com a eleição de cinco federais. Joinville emplacou Coronel Armando (PSL), Darci de Matos (PSD) e Rodrigo Coelho (PSB). Com base eleitoral em  Jaraguá do Sul, entraram Carlos Chiodini e Fabio Schiochet. Ou seja, com 20% do eleitorado, o Norte terá quase um terço dos representantes catarinenses na Câmara dos Deputados. 

Continua depois da publicidade

 

Senado

Assim como o Comandante Moisés, Lucas Esmeraldino fez campanha em Joinville, mas não na mesma intensidade que os concorrentes, que estiveram bem mais presentes na cidade, até por contarem com uma estrutura maior. E ficaram fora políticos de expressão, como o ex-governador Raimundo Colombo, que era cotado para se eleger. O senador Paulo Bauer não conseguiu a reeleição e foi mantido o tabu de que nenhum senador de Santa Catarina conquista o segundo mandato de forma consecutiva.

 

Bolsonaro

O antipetismo ajudou a impulsionar o voto de Bolsonaro em Joinville, mas talvez ainda tenha sido mais forte o sentimento de revolta contra a “política tradicional”, tão criticada pelo candidato pelo PSL. Entre as duas eleições presidenciais em Joinville, o PT recuou de 26,3% para 8,4%. No caso do PSDB, o tombo foi ainda mais espetacular, despencando de 49,9% para 3%. Ou seja, perdeu mais do que o PT. 

 

Disputa do segundo turno

Com abordagem sobre “preparo e experiência” do próximo governador, Gelson Merisio (PSD) adiantou ontem uma das estratégias que deverá ser usada na batalha do segundo turno. No mesmo material, enviado à imprensa, é relatada a experiência administrativa do candidato.

 

Direto para federal

A última vez na qual um deputado federal se elegeu em Joinville sem ter passado pela Câmara de Vereadores, como conseguiu agora Coronel Armando (PSL) foi há duas décadas, com Eni Voltolini. Mas a vitória em 1998 foi depois de ele ter participado da eleição para prefeito de Joinville, na qual enfrentou Luiz Henrique no segundo turno. Conquistar um mandato de deputado federal em Joinville sem nunca ter disputado uma eleição antes é mais difícil ainda. 

Continua depois da publicidade

 

2020

Se já era cotado para concorrer a prefeito em 2020, Fernando Krelling ficou ainda mais credenciado com a vitória de domingo, com a maior votação em Joinville para deputado estadual. A decisão de escolha do candidato deve ficar com Udo Döhler, que nunca se pronunciou publicamente sobre o tema. Eleito deputado federal, Rodrigo Coelho dificilmente deixará de tentar concorrer em 2020, até porque tudo tem dado certo para, se elegendo vice-prefeito em 2012, vereador em 2016 e agora deputado federal. E se não ganhar a Prefeitura, terá mais dois anos de mandato em Brasília.

 

Cotado

A novidade na disputa será o PSL. Em previsão óbvia, o partido não deixará de ter candidato a prefeito em Joinville, principalmente depois do desempenho espetacular na cidade no domingo, com a eleição de deputado federal e estadual e liderança na disputa pelo governo do Estado e Senado. A diferença é que em 2020 não poderá contar com o fator surpresa, os adversários já sabem da força do partido de Bolsonaro. 

 

Lamento

Apesar da vitória no domingo –  e na condição de mais votado na cidade para a disputa pela Assembleia Legislativa – Fernando Krelling anda magoado com um grupo do MDB, justamente por causa de situações da eleição.

Redução

Entre as lideranças já com mandato, os resultados em Joinville foram duros até para quem se elegeu no domingo. Darci de Matos (PSD) conquistou a vaga na Câmara dos Deputados com 68,1 mil votos, mas viu sua votação em Joinville cair de 29,7 mil votos obtidos em 2014, quando concorreu a estadual, para 22,7 mil no domingo.

Continua depois da publicidade

Kennedy

Reeleito para o quarto mandato na Assembleia Legislativa com 39,3 mil votos, Kennedy Nunes (PSD) também teve votação menor em Joinville, caindo de 22,8 mil votos para 15,1 mil. No caso de Patrício Destro (PSB), a queda na votação em Joinville, de 15,4 mil para 9,8 mil votos, acabou colaborando para o deputado estadual não conseguir a reeleição.

Sem reeleição

Marco Tebaldi (PSDB) também sofreu com a queda na performance em Joinville, de 46,4 mil votos em 2014 para 12,4 mil agora. Assim, os 71,5 mil votos conquistados no Estado não foram suficientes para garantir o terceiro mandato do tucano na Câmara dos Deputados: ficou na primeira suplência do PSDB. Seu atual colega em Brasília, Mauro Mariani (MDB) não tentou a reeleição porque concorreu ao governo do Estado, sem sucesso.

Segura…

Cheio de autoridade, principalmente porque será efetivado na Câmara de Joinville em 2019, Mauricinho Soares (MDB) quer reunião da bancada do MDB com Udo para definir ruas a serem asfaltadas.

 

Leia também:

Moisés e Merisio articulam apoios

40 candidatos a deputado estadual receberam menos de 100 votos em SC