Reeleito com votação recorde em Joinville, Adriano Silva (Novo) assume o segundo mandato em momento diferente de 2021: cidade não está “embaixo d’água”, como ele costuma lembrar, por causa das chuvas, nem em meio a uma pandemia que se encaminhava para o momento de maior gravidade. A situação também não é a mesma porque o novo mandato veio com o respaldo de quase 80% dos votos, além, é claro, da maior experiência com a máquina administrativa. Mas o novo momento começa também com desafios, sempre presentes em uma cidade com mais de 650 mil habitantes – confira exemplos abaixo.
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Adriano Silva foi o primeiro e único prefeito eleito pelo Novo na eleição de 2020. Na primeira vez em que concorreu a um cargo eletivo, o empresário com formação em administração de empresas, conquistou a prefeitura com 55% dos votos, no segundo turno. Em 2024, a reeleição veio no primeiro turno, com 78,7% na votação. A principal plataforma defendida pelo candidato na campanha eleitoral foi a continuidade das ações desenvolvidas no primeiro mandato. Adriano, 46 anos, assume o segundo mandato nesta quarta-feira, às 17h, em solenidade na Câmara de Vereadores.
Exemplos de desafios para o segundo mandato
Saúde pública
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O crescimento de Joinville traz também a necessidade de ampliação na capacidade de atendimento, tanto na rede básica, quanto em média e alta complexidade. Há planos para adoção do modelo de organização social no Hospital Municipal São José e na UPA Sul, o que traria mais eficiência, conforme o governo Adriano Silva. Mas não há prazo definido para a mudança na gestão. Independentemente, a rede terá de continuar em ampliação.
Contra a dengue
O enfrentamento da dengue foi um dos maiores desafios da saúde de Joinville no ano passado. Em 2024, a cidade teve 83 mortes, mais que a soma dos anos anteriores (até então, desde 2021, quando foi registrada a primeira morte pela doença na cidade, haviam sido 63 óbitos). O número de casos, quase 82 mil, superou os três anos anteriores somados. A doença pressionou ainda mais a rede de saúde. Uma das principais estratégia para a redução dos indicadores é o método Wolbachia, iniciado em meados do ano passado.
Licitação do transporte coletivo
Se a estimativa de agosto do ano passado, de lançamento do edital em fevereiro de 2024, tivesse sido cumprida, o prefeito Adriano Silva começaria o segundo mandato com a licitação dos ônibus concluída. No entanto, o edital não foi lançado, com a alegação de necessidade de revisão e adequação do edital. Agora, o novo prazo pretendido é o primeiro semestre (ainda falta o envio da minuta ao TCE). Concluída a licitação, o desafio seguinte será a implantação do novo modelo, a ser concluída em até 180 dias após a homologação da concorrência.
Aval para empréstimos
O indicador de Capacidade de Pagamento (Capag) é tema de preocupação da prefeitura. A nota foi rebaixada para “C” e, com essa classificação, o município não pode contar com o aval da União para empréstimos. A garantia federal é obrigatória para financiamentos internacionais. Em caso de empréstimos nacionais, a garantia pode representar condições mais em conta. Por causa da nota “C”, as tratativas para contratar US$ 53 milhões para parques e habitação (junto à Agência Francesa de Desenvolvimento) e R$ 200 milhões para mobilidade (Banco do Brasil) estão paradas. A prefeitura acredita em nova classificação em 2025.
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Duplicações e novos acessos
Na campanha eleitoral, a conclusão da avenida Santos Dumont e a terceira etapa da rua Ottokar Doerffel (rotatória com a Marquês de Olinda) foram as duas obras de duplicação com promessa de realização. A lista tem ainda tem ainda os novos acessos dos bairros Jardim Paraíso e Espinheiros. As tratativas para duplicação da Almirante Jaceguay e da Dona Francisca vão continuar, mas como não há definição de fonte de recursos, devem levar mais tempo para saírem do papel.
Lista de concessões
A prefeitura de Joinville montou uma lista extensa de concessão de equipamentos e serviços, mas a maioria ainda não saiu do papel. Entre o que passou para a gestão privada, estão o Centreventos e o Centro de Bem-estar Animal. Na relação de possíveis concessões, estão a Cidadela Cultural, rodoviária, cemitérios e serviços funerários, estacionamento rotativo, Mercado Público Municipal, Arena Joinville, entre outros. O primeiro desafio de 2025 será a PPP da iluminação pública, com leilão previsto para fevereiro.
Exemplos de concessões pretendidas
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Hospital São José
A busca de um modelo que permita a conclusão do repasse do Estado para o Hospital São José é uma tarefa de Adriano Silva para o início do segundo mandato, em esforço que cabe também ao governo estadual. Até agora, vieram R$ 24 milhões do convênio de R$ 32 milhões, em pagamento que se dependesse da solenidade de março de 2023, era para ter sido concluído há um ano. Outro convênio já deveria estar em andamento, neste momento. O repasse é para colaborar no custeio do Hospital São José.
Macrodrenagens
Mesmo projetos em andamento, em diferentes estágios, as macrodrenagens em Joinville não têm previsão de retomada. Nem a conclusão das obras do Mathias, paradas desde 2020, está nos planos. Há estudos em andamento para os rios Itaum, Itaum-mirim, Jaguarão e Bucarein, além da revisão do plano de macrodrenagem do rio Cachoeira e a elaboração de outros dois planos de drenagem. Reiniciar ou iniciar uma macrodrenagem continua sendo um desafio em Joinville. A principal obra em andamento no setor é um desassoreamento, do rio Águas Vermelhas.
Educação infantil
Além das três unidades que serão inauguradas em fevereiro de 2025, o acordo com o MP prevê mais três centros de educação infantil (CEIS) entre julho e setembro do ano que vem e outros quatro em fevereiro de 2026. O termo de ajuste assinado no ano passado alinhou ainda mais cinco CEIs até junho de 2026. O acordo, com objetivo de abrir 10 mil vagas, colocou fim a uma ação da década passada sobre ampliação da rede pública de educação infantil. O termo de ajuste teve prorrogação em 2024.
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Mobilidade
O avanço da frota de veículos, com possibilidade de alcançar a marca de 500 mil veículos até o final de 2025, impõe uma série de demandas, como ampliação da infraestrutura e reorganização do sistema viário. A implantação de mais binários está nos planos, como entre as ruas Guanabara e Anêmonas, por exemplo. O binário da Monsenhor Gercino com a Florianópolis foi descartado em 2023, mas pode ser reexaminado.