A conclusão do fechamento do canal do Linguado foi também o fim da solução de engenharia que permitia a passagem de embarcações: a ponte com setor móvel giratório, movimentado conforme as necessidades de navegação. Neste momento, 90 anos após o canal em São Francisco do Sul ter sido aterrado, deverá ser incluída a análise da viabilidade de construção de pontes, com estrutura móvel (mas não giratória) na contratação de revisão do projeto da duplicação da BR-280 para o lote que cruza o Linguado. A proposta foi apresentada em estudo técnico sobre a reabertura do canal, conduzido pela Univali no ano passado.
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Confira imagens do canal do Linguado
A ponte giratória foi construída para a travessia de ferrovia de ligação com São Francisco do Sul. A conclusão da instalação foi em 1909, conforme registro do jornal “Commercio de Joinville”. A operação era feita por dois trabalhadores. Em 1911, já havia registros de queixas de que a ponte só permitia passagem de embarcações em períodos limitados.
A primeira etapa do fechamento do canal do Linguado, ao Norte, havia sido feita em 1907, também para permitir a passagem de trens. O aterramento da parte Sul foi autorizado em 1933 e concluída em 1935. Naquele momento, a ponte giratória apresentava riscos de desmoronamento – houve até momentos de interdição da passagem de trens, para reparos.
Com a conclusão do fechamento do canal, a ponte foi desmontada. A ferrovia continua em operação, para movimentação de cargas para o Porto de São Francisco do Sul. A estrada ao lado da linha do trem no canal é a atual BR-280. O futuro do Linguado voltou a ser discutido por causa da duplicação da rodovia federal. A proposta a ser analisada no futuro projeto do lote é construção de pontes rodoviária e ferroviária.
Mesmo que a decisão seja pelas pontes, a reabertura parcial do canal, com remoção de trecho de 100 metros do aterro, seria discutida em outro momento, com licenciamento ambiental específico. A reabertura permitiria a volta da circulação das águas, o que foi bloqueado há 90 anos.
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