Colecionando trapalhadas, o governo inaugura um período de “graça”. Tem crédito eleitoral para errar – mas é uma conta amarga, com o taxímetro ligado.

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Proibido torcer contra este tão castigado Brasil, diante de tarefas que desafiariam o próprio Hércules, o que se dirá de um Bolsonaro.

O povo brasileiro é valente, se atreve a ter esperanças. Mas ultimamente tem passado por duros testes: tem sido vítima de ideologias travestidas de puro populismo, com uma única vertente “econômica”: é permitido gastar…

Esse é o “padrão”: gastar mais do que se arrecada. Rombo fiscal é “de direita” ou “de esquerda”? É, simplesmente, a administração pública que se pratica no Brasil. 

Até mesmo a social democracia (PSDB), que instituiu a Lei de Responsabilidade Fiscal, nos últimos tempos renegava o seu próprio rebento. Não é à toa que quase todos as 27 unidades da federação estão falidas, sem um real para investimento.

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É difícil ser brasileiro no mundo exterior neste momento de “non-sense”. Passamos a ser vistos como extravagantes marcianos, nacionais daquele país que não vive sem produzir uma caricatura de si mesmo. Vivíamos, historicamente, a “capitis diminutio” que nos transformava em vira-latas. Hoje não temos mais o complexo: assumimos. Basta abrir os jornais e nos envergonharmos do lamentável comportamento da nossa classe política, seguramente a mais atrasada do planeta.

Os tempos andam tão “hereges”, como diria D. Ester, minha avó, que os anticristos estão se lavando em dinheiro público e, quando apanhados, criam uma crise institucional, pois querem roubar em paz.

Seria o caso de se entregar o Brasil de volta para Portugal e pedir a Pedro Álvares Cabral que suba o Atlântico de volta e “rebobine” a fita, chegando de volta à foz do rio Tejo – e de ré.

Insensatez. É a palavra que, infelizmente, resume o universo da política vigente no Brasil das últimas gerações. Egos que se sobrepõem ao país e que perfilham projetos de poder pessoal, seja através da obsessão por uma cadeira de espaldar alto, como a de presidente do Senado, seja mediante uma medida monocrática emanada de togas dos tribunais superiores.

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Renan Calheiros, imaginem, trama em surdina  sua volta à presidência do Senado, logo ele que é a expressão máxima da “velha política”. Haverá atraso maior?

Ou seja: o Brasil que se exploda. Cada um toca a sua tuba da maneira que lhe interessa, mesmo que seja a que conduz ao caos.

FIM

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