A maior parte dos correntistas têm dificuldade de entender os “enigmas” lançados nos seus extratos bancários.
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O amigo leitor já experimentou ler e entender uma dessas “cartas enigmáticas?”
Trata-se de uma verdadeira “charada”. Mas não se apoquente, pois uma pesquisa realizada pelo Procon revela que nada menos que 66,58% dos correntistas brasileiros têm exatamente a mesma dúvida.
A informação que falta ao extrato bancário é informar, por exemplo, que, no Brasil, paga-se o juro de cheque especial mais caro do mundo.
Quem tem a infelicidade de amargar um “vermelho” nesse crédito proibitivo vai pagar sobre a dívida nada menos do que três dígitos… Ou seja: o Brasil “institucionalizou” a usura. Os bancos, que já provaram ser “inquebráveis” no plano internacional, no Brasil provam ser “indomáveis”. Cobram o quanto querem – e não será o governo, eterno credor, que colocará um freio na agiotagem oficial.
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Inspirados talvez pela fome fiscal do Estado, os bancos resolveram imitar o Leviatã – o gigante estatal – e taxam os seus serviços de maneira abusiva. Quem não gostar, que guarde seu dinheiro debaixo do colchão.
O leitor já tentou entender o seu último extrato?
Há uma série de “rubricas” e de “lançamentos” que desafiam a lógica do mais paciente dos correntistas. Uma verdadeira “cordilheira” de rubricas e códigos pouco compreensíveis.
Onde deveria haver apenas uma coluna numeral de créditos e débitos, há uma imensa algaravia de assentamentos: “Recursos disponíveis”, “Contribuição a debitar”, Tarifa Extrato”, “Saldo Total POC”, Saldo Total Conta Corrente”, “Tarifa – Manutenção da Conta”, mais taxas de renovação de cadastro, anuidades do cartão de crédito do banco, débitos de seguros não-solicitados, limites extra saldo contábil e uma coleção de siglas cabalísticas, que o proprietário da conta simplesmente “não entende”.
Há bancos que cobram ainda pela “manutenção da conta ativa” – numa variação, entre um e outro, de abismais 120%. Para manter sua conta “ativa” os bancos cobram para que um correntista freqüente o seu guichê…
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Numa concorrência saudável, as empresas brigam entre si para conquistar cada vez mais clientes. Como é que um banco pode “cobrar” pelo fato de um “freguês” continuar sendo seu “freguês”?
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É como cobrar beijo de namorada.
É só isso que está faltando. O seu banco cobrar pelos seus sentimentos e pela sua respiração.