Prestes a viver a primeira eleição municipal como presidente do PSDB catarinense, a deputada federal Geovânia de Sá está mergulhada nas articulações políticas para as disputas de novembro. Na sede do diretório estadual do partido, em Florianópolis, a tucanos concedeu entrevista em que destacou as negociações nas duas maiores cidades do Estado, Joinville e Florianópolis, onde o PSDB pretende apostar no vereador Rodrigo Fachini (ex-MDB) como candidato a prefeito e na manutenção de João Batista Nunes como vice-prefeito na chapa do florianopolitano Gean Loureiro (DEM) à reeleição. Geovânia também falou das expectativas do partido, do projeto de reeleição de Clésio Salvaro em Criciúma e do impeachment do governador Carlos Moisés (PSL)
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Leia a íntegra da entrevista:
O que o PSDB espera dessa eleição em Santa Catarina?
Ainda não sabemos como vai ser o comportamento, até porque passamos por uma pandemia e todos estão focados em passarmos por este momento dolorido. Agora, não podemos fugir da pauta das eleições. Em 2018, o PSDB passou por um momento difícil porque tínhamos quatro no Congresso Nacional (além dela, os tucanos tinham Marco Tebaldi como deputado federal e os senadores Paulo Bauer e Dalírio Beber) e ficamos com um, chegamos a ter seis deputados estaduais e ficamos com dois. O partido precisa se reestruturar. Esse trabalho está sendo feito com todos na executiva, no diretório e nos municípios. Percorremos Santa Catarina buscando lideranças. Temos aproximadamente 120 pré-candidatos a prefeito, sendo que nas 24 maiores cidades estaremos concorrendo a 18 e em uma como vice-prefeito.
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Vice-prefeito, no caso, seria a continuidade de João Batista Nunes como vice do prefeito Gean Loureiro em Florianópolis…
Sim, a continuidade do projeto que hoje já está em andamento.
A senhora como presidente estadual do PSDB está trabalhando para reforçar a posição de João Batista, já que essa vaga de vice de Gean anda bem cobiçada por outros partidos?
É natural, por ser a Capital. Os partidos realmente lutam por isso. Mas o João Batista sempre foi uma pessoa leal, correta com o prefeito, sempre se colocou como vice-prefeito, sendo um gestor na hora em que for chamado, mas sempre pronto a ajudar a Capital. O João está preparado para dar continuidade e nós estamos articulando. Claro que o prefeito Gean, com toda a equipe, vai ter a sabedoria de escolher o vice ideal. Agora, eu digo que em time que está ganhando não se mexe.
Joinville é uma questão peculiar para o PSDB. Uma cidade que o PSDB já governou e onde o partido é forte, mas que perdeu sua maior liderança com a morte de Marco Tebaldi ano passado. Ao mesmo tempo, uma cidade em que o PSDB importou nomes: o ex-deputado estadual Gelson Merisio (ex-PSD) e o vereador Rodrigo Fachini (ex-MDB). O que vocês vão fazer em Joinville?
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Tebaldi foi uma grande perda, era um grande líder, um grande político. Precisamos recomeçar em Joinville, por isso estou dando uma atenção especial. O Rodrigo Fachini veio para somar e é um jovem promissor, preparadíssimo. É vereador, tem muita habilidade e está pronto para fazer a gestão em Joinville. Estamos trabalhando para que sua candidatura que já está bem encaminhada, seja consolidada. Joinville vai ter prioridade, inclusive do PSDB nacional, inclusive por ser a maior cidade do Estado.
Merisio tem defendido publicamente que haja uma ampla aliança em Joinville. Com a senhora vê essa necessidade de agregar apoios, considerando que o cenário pré-eleitoral da cidade está muito pulverizado. Como não ser mais um em meio a tantos e se perder na fragmentação.
Acho que o Rodrigo agrega muito. Quanto mais partidos juntos, melhor. Mais líderes, mais candidatos a vereador na ponta trabalhando e mostrando quem é Rodrigo Fachini. Os partidos estão em conversação. Estamos muito bem articulados e eu acredito no sucesso da alternativa. Temos um projeto de continuidade (se refere à pré-candidatura do deputado estadual Fernando Krelling, do MDB, que tem apoio do prefeito Udo Döhler), tem um outro que também já tem uma visibilidade (o deputado federal Darci de Matos, do PSD, candidato a prefeito por duas vezes e que ainda não anunciou se concorre), mas no meu ponto de vista, Rodrigo Fachini, jovem, promissor e comprometido com a cidade.
A situação mais tranquila do PSDB-SC é a sua Criciúma, com o projeto de reeleição do prefeito Clésio Salvaro?
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É a minha Criciúma, pelo trabalho desenvolvido. Claro que cito Saulo Sperotto, em Caçador, muito consolidado. O (Rogério) Pacheco, prefeito de Concórdia, e outras cidades como Luiz Alves e Araquari. Em Criciúma, pelo trabalho do prefeito Clésio Salvato, hoje temos até dificuldade de a oposição ter seu candidato a ponto de uma disputa. Mas não existe eleição ganha. Eleição é muito trabalho.
Estamos falando das eleições municipais, mas o Estado vive também uma crise política com pedido de impeachment do governador Carlos Moisés (PSL), a CPI dos Respiradores apontando outro pedido. A senhora acha que o governo Moisés sobrevive?
É um momento de refletirmos o que é melhor para o Estado. A Assembleia Legislativa tem esse papel, através da comissão que está instalada, de fazer a análise com um cuidado muito grande para ver se o processo de impeachment vai se consolidar. O que está acontecendo no nosso Estado é algo realmente lamentável e que nós queremos que seja resolvido, mas com muito cuidado e muita responsabilidade. Todo impeachment tem as suas consequências. Já passamos no Brasil por isso…
A senhora teve que votar um.
Eu tive que votar um em 2016 (Geovânia votou favorável ao afastado da presidente Dilma Rousseff, do PT, que sofreria depois o impeachment no Senado). Aqui nós temos que ter todo o cuidado e eu espero que os deputados estaduais tenham a sabedoria para lidar com um processo tão complicado.
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O PSDB estadual vai participar dessa discussão ou isso é responsabilidade exclusiva dos deputados estaduais do partido, Marcos Vieira e Vicente Caropreso?
Nós vamos, sim, conversar com os dois deputados estaduais, até na escolha de quem vai compor. A estadual estará junto, mas claro que os deputados estaduais tem seu papel e sua responsabilidade.
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