Quando agosto começou também teve início o meu pensamento sobre o presente de dia dos pais para o Ricardo. No dia das mães ele me emocionou sem tamanho. Imagina que encontrou um jeito de comprar tinta, quadro, colocar moldura em uma “obra de arte” feita pelo João Ricardo. Cheia de mãos e dedinhos andando livremente pela cartolina, a obra sem preço e indisponível para venda, ainda trouxe emolduradas fotos do nosso filho mês a mês. Chorei igualzinho criança – emocionada com a surpresa, a sensibilidade, sentindo-me realmente presenteada e reconhecida diante deste dia que marca o fato de que as mães são seres de Deus. Mas Deus também colocou no mundo pais emolduráveis e o Ricardo é um deles.

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O que presentear e como atribuir-lhe afeto tão verdadeiro e gratidão tão imensa? Sem resposta já há mais de três dias, preocupada com as minhas mãos vazias para o domingo, apelei para uma oração: “Oi, Pai! Boa noite! Estou aqui com pergunta sem resposta e preciso de intervenção. É que o Ricardo é um pai tão maravilhoso, presente, divertido, companheiro de cada madrugada, sou tão grata por tanta sorte. O dia dos pais está aí e ainda não encontrei o que representa minha gratidão em meu nome e do Pretinho. Se possível no sonho de hoje, me envia um sinal ou uma dica sobre o que dar a ele de presente que represente tudo isso?”.

Aquela foi uma noite longa. Costumo sonhar com lugares que não conheço, vivo diversas situações que quando acordo esqueço, mas o sinal daquela noite veio com nitidez e muita iluminação.

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Sei que este artigo será entregue às mãos do Ricardo na manhã de domingo e que só agora se revela a surpresa que eu disse que me aconteceu, mas Vida (Ricardo), eu sonhei com o seu pai.

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No sonho ele me apareceu com o cabelo castanho, um pouco comprido, magro e alto, veio alegre, dizendo: Entrega a minha carta para ele e diz que fui eu quem mandei um oi e os parabéns no Dia dos Pais.

Costumo sonhar com lugares que não conheço, vivo diversas situações que quando acordo esqueço, mas o sinal daquela noite veio com nitidez e muita iluminação.

Quando ele apareceu eu disse: que presente é esse, meu Deus?! Tomada de alegria, contei os minutos até domingo para compartilhar que eu encontrei o avô do meu filho – que fez questão de visitar a nora desconhecida para registrar que, de onde quer que seja, há um pai orgulhoso do pai que o filho se tornou. Me emociona. E, que visita!

Mandei mensagem para minha sogra e já choramos um pedaço. Ela disse que o filho sempre tenta superar o pai e que o Walter sempre foi muito presente. Gostava que todo mundo estivesse sempre junto, gostava de viajar, de parar para fotografar, se tinha um balanço, balançava. Ele não tinha pressa para chegar e era um amante da natureza. Gostava de pescar e de acampar: “A gente educa um filho mesmo antes de ele nascer, na escolha do pai que a gente vai dar para a criança. Se a gente tem sorte de fazer essa escolha, o fruto vem da melhor espécie possível. Pode acreditar nos melhores resultados porque aquilo que o pai pensa, o filho faz”.

Ela disse que o filho sempre tenta superar o pai e que o Walter sempre foi muito presente.

E agora, cá estou eu pensando no quanto é bom poder ter este dia para visitar e receber visitas, para honrar o homem das nossas vidas e, nem que seja em sonho, matar a saudade do jeito que cada pai tem. Cada pai que nos doa um pedaço seu e que completa o milagre de poder dizer “oi, filho” – como meu sogro disse, e pediu para entregar neste dia iluminado dos pais. Parabéns, Ricardo e obrigada! Em nome do meu sogro entrego esta carta para dizer que, da mesma maneira que ele, você não tem a pressa que nos sequestra da vida, que o seu balanço provoca a brisa que acalma quem convive com você e que é maravilhoso poder ver um filho superar o pai – da melhor maneira que existe. Que Deus nos conceda saúde e vida longa e que todos os pais – também meu pai e nossos irmãos – recebam por intermédio dessa carta o melhor abraço, gratidão e os parabéns por esse dia – emocionante, como deve ser.

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