Apesar de ter começado na Oktoberfest de Blumenau, essa história de amor não teve um primeiro encontro tradicional. Isso porque, ao contrário de outros casais, Scheila Barbosa e Roberto Rosa se apaixonaram enquanto trabalhavam na maior festa alemã das Américas. No caso deles, não houve um beijo ao som de alguma banda típica na Vila Germânica ou um brinde de canecos de chope enquanto todos cantavam “Ein Prosit”.
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O que os uniu naquela festa de 2001 foi, na verdade, um cigarro. Desde então, o casal de Timbó não se largou mais e o romance que começou no evento nunca voltou às origens: há exatos 22 anos, eles não frequentam a Oktoberfest de Blumenau.
Na época, Scheila atendia o público em uma barraca de cachorro-quente. Natural de Campo Belo do Sul, pequena cidade da Serra Catarinense, ela havia se mudado para Blumenau em busca de um novo sentido para a própria vida. Formada em Letras, a jovem de 21 anos veio para o Vale do Itajaí junto com o namorado, sem nem ter moradia definida.
— Na época, vim só com a cara e com a coragem — relembra Scheila.
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Destino transforma romance de Oktoberfest Blumenau em emocionante história de amor
A relação com o rapaz que conheceu na cidade natal não durou muito tempo e, a partir daí, ela precisou encontrar uma forma de se manter sozinha em um lugar onde não tinha nenhum familiar por perto. Foi nesse momento que surgiu a oportunidade de trabalhar na Oktoberfest de 2001.

Scheila só não imaginava que a nova renda provisória proporcionaria a ela um encontro para o resto da vida.
— Eu trabalhava em uma das primeiras barraquinhas, bem na entrada do primeiro portão, e do outro lado tinha um rapaz que ficava a noite inteira na porta — conta, em meio a risadas sinceras ao lembrar da situação.
O garoto que chamou a atenção da jovem de alto astral e sorriso frouxo foi Roberto, que, à época, tinha 17 anos. A função dele na festa era cuidar da entrada que dava acesso ao camarote dos prefeitos, na Vila Germânica, como revela Scheila.
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Loiro e de olhos azuis, o rapaz logo conquistou o coração da estreante em Oktoberfest, que decidiu usar como desculpa um cigarro para se aproximar dele. Isso porque, naquele ano, ambos fumavam e Scheila aproveitava a situação para pedir um isqueiro ao “vizinho da frente”, sempre que possível.
A noite que mais marcou Sheila, porém, foi em 15 de outubro de 2001, quando tomou a iniciativa de convidar o rapaz para ir até a casa dela depois do trabalho. Aos risos, ela recorda até hoje da timidez do garoto em aceitar o pedido — que, mais tarde, terminaria em casamento.

Naquela época, os dois nem sequer conseguiram aproveitar a festa ou entrar nos pavilhões durante a Oktoberfest. Enquanto ouviam o último “Ein Prosit” do evento que alegrava a multidão em pleno ano de 2001, eles ainda finalizavam os trabalhos, conforme relembra Scheila, e não tiveram como participar do encerramento.
— Eu e o Roberto acabamos nos conhecendo na Oktober, mas nunca foi em uma Oktober para dançar ou se divertir, já que nós só fomos para trabalhar. Era ele de um lado e eu do outro.
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Será que eles retornam à Oktoberfest em 2023?
Desde o primeiro encontro, em 2001, Scheila e Roberto nunca mais voltaram à Oktoberfest. Dois anos depois, eles foram morar juntos no bairro Progresso, mas decidiram se mudar para Timbó assim que Scheila engravidou do primeiro filho. Lá, o casal permanece até hoje.
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Depois do primogênito Davi, que atualmente está com 20 anos, veio Daniele, que tem 10. Nenhum dos dois filhos foi à festa mais alemã das Américas até hoje. Scheila confessa que, em todas as edições, a família faz planos para ir ao evento, mas sempre surge um imprevisto que impede esse “reencontro” com o lugar onde tudo começou.
— Acho que foi só para começarmos a nossa vida juntos. A gente não é tão velho assim, mas a coluna dele não ajuda e os meus joelhos também não. Então, é muito difícil sairmos de casa — conta, achando graça da situação.
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Neste ano, mais uma vez, a possibilidade de ir à Oktoberfest não está descartada. De qualquer forma, a festa permanece no coração de cada um deles, independente do tempo. Afinal, foi ali que nasceu o amor de uma despretensiosa história de romance de Oktober.
*Ana Carolina é estagiária e atua sob supervisão de Augusto Ittner
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