Nem mesmo a distância foi capaz de separar um amor que começou a partir de um pedido curioso durante o desfile da Oktoberfest de Blumenau. O que era para ser apenas uma foto para registrar o momento de folia na Rua XV de Novembro, se tornou o início de uma história intensa entre o paulista Rafael Farias e a catarinense Schana Cadori Farias. O primeiro capítulo desse romance, porém, durou apenas um dia e só teve continuidade 12 meses depois.

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O tão esperado reencontro do casal afastado pelas eventualidades da vida aconteceu exatamente no mesmo lugar em que tinham se visto um ano atrás — e, novamente, em um desfile de 12 de outubro. A partir daquele momento, eles nunca mais desistiriam um do outro.

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Ao lembrar do início dessa trajetória, em 2006, Rafael não esconde o fascínio por cada detalhe da relação que, hoje, já dura mais de uma década. Até quem não acredita em destino passa a admitir que os dois ficariam juntos de um jeito ou de outro.

Tudo começa com a ida repentina do paulista a Blumenau. À época, ele morava em Curitiba e nem sequer planejava ir à Oktoberfest da cidade. Porém, como o irmão mais novo insistiu para que Rafael o acompanhasse na edição daquele ano, ambos partiram rumo a Santa Catarina.

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Desfile na Oktoberfest de Blumenau no ano de 2006 (Foto: Gilberto Viegas, Arquivo NSC Total)

Quando já estavam em Blumenau, eles foram assistir ao desfile na Rua XV de Novembro que, no calendário de 2006, caiu no dia 12 de outubro. Com trajes e danças típicas da festa, as pessoas que participavam daquela folia eram observadas pela multidão na calçada — como faziam Rafael e o irmão. Foi assim que, em determinado momento, o caçula decidiu parar algumas moças que desfilavam para pedir uma foto.

Entre as garotas, estava Schana.

— E aí foi uma noite superagradável, a conversa fluiu, não foi aquela coisa de um turista com a “frida”. Parecia que eu conhecia essa menina há muito mais tempo — recorda Rafael.

Depois de passarem horas juntos, Rafael e a blumenauense tiveram de se despedir, já que o paulista precisava voltar para casa e estava prestes a se mudar para o Rio de Janeiro. Assim, o encontro agradável daquele dia 12 ficaria guardado apenas na memória dos recém-conhecidos.

Pelo menos até outubro do próximo ano.

“Foi ali que a gente se reencontrou”

Nos meses seguintes, cada um continuou a viver a própria jornada. Porém, um ano depois, quando a Oktoberfest de 2007 se aproximou, Rafael estava decidido a visitar a festa novamente. A diferença é que, dessa vez, ele tinha esperança de reencontrar uma pessoa.

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Como ele havia conseguido o número de telefone de Schana na última vez que se viram, o paulista avisou a blumenauense sobre o retorno a Santa Catarina. Nenhum encontro, no entanto, chegou a ser planejado entre os dois. Mas o destino se encarregou de unir o casal mais uma vez.

— E aí, por muita coincidência, encontrei ela exatamente no mesmo lugar de um ano atrás. Ali entre o Tunga e o Bom Jesus. Impressionantemente no mesmo lugar, nem um metro para lá ou um metro para cá. Foi ali que a gente se reencontrou — lembra Rafael.

Casal se reencontrou exatamente um ano depois do primeiro contato (Foto: Arquivo pessoal)

Com mais esse “sinal do universo”, os dois passaram a viajar, ao menos uma vez por mês, até a casa um do outro. Ele permanecia no Rio de Janeiro e ela em Blumenau. Não demorou para que Rafael pedisse Schana em namoro e o casal decidiu enfrentar os desafios de uma relação à distância.

Em 2008, porém, eles foram surpreendidos por uma série de adversidades que colocou à prova o relacionamento dos dois. A partir daí, tudo começou a mudar.

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Separados por 2,2 mil quilômetros de distância

Naquele ano, pouco depois de assumirem o namoro, o pai de Rafael sofreu um derrame cerebral e ficou impossibilitado de comandar os negócios da família, que ficavam no Mato Grosso. A missão foi repassada ao filho, que precisou se mudar de imediato para Cuiabá.

A partir daquele momento, 2,2 mil quilômetros separavam o casal. Para se encontrar, eles precisavam enfrentar ao menos dois voos de avião e um longo trajeto pela estrada. Schana não tinha como morar no Centro-Oeste porque, em 2009, o pai dela faleceu e, assim como aconteceu com o companheiro, a blumenauense também se viu no desafio de tomar conta da padaria que era da família.

Diante de tantas intempéries, o casal optou por terminar a relação. Mesmo assim, continuaram a manter contato por telefone e, três anos depois, em 2012 — quando o pai já estava recuperado —, Rafael fez uma escolha que determinou definitivamente o rumo da história dos dois.

O paulista largou tudo no Mato Grosso e se mudou para Blumenau, apenas com a coragem e uma mala em mãos. Era hora de viver a intensidade de todo aquele amor que eles guardavam desde 2006.

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Rafael e Schana se casaram em 2013 (Foto: Arquivo pessoal)

“Hoje a nossa história é aqui”

A partir daquele momento, a história de Rafael e Schana passa a ter o desfecho que eles sempre sonharam. Em 2013, os dois se casaram e fizeram, inclusive, uma “mini-oktoberfest” após a cerimônia. A festa contou até com a presença da banda alemã Hausmusikanten, que trouxe um pouco do clima de zicke-zacke para a comemoração.

Um ano depois, o casal foi convidado pelos próprios músicos a integrar o grupo Kleine Kneipe, que participa de diferentes eventos culturais da região, como a Oktober de Blumenau e o Stammtisch. Àquela altura, a capital brasileira da cerveja já tinha conquistado o coração do paulista Rafael.

A curiosa história do casal unido pela Oktober de Blumenau que nunca mais foi à festa

Mais tarde, em 2016, nasce o primeiro filho do casal, Theo, que hoje tem sete anos de idade. A família aumenta em 2019, quando vem a pequena Aimée, tornando aquele ano ainda mais especial para Schana e Rafael. Isso porque na Oktoberfest anterior à pandemia de Covid-19, os quatro desfilaram juntos, pela primeira vez, na maior festa alemã das Américas.

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Por coincidência — ou destino — a data que marcou esse acontecimento foi a mesma que levou o casal a se conhecer e, mais tarde, a ter uma nova chance de viver essa história de amor.

Um dia que ficará gravado no calendário da família como um momento “mágico”, digno de um conto de fadas. No lugar do castelo, porém, o cenário do “final feliz” desse romance foi a histórica Rua XV de Novembro, em pleno Centro de Blumenau.

— Treze anos depois do nosso primeiro encontro no desfile da Oktober e 12 anos depois do reencontro, nós desfilamos os quatro juntos, em 2019, naquele mesmo 12 de outubro. E foi tudo por conta de uma Oktoberfest, de ter vindo conhecer a festa, de ter me apaixonado por Blumenau. E hoje a nossa história é aqui — finaliza.

*Sob supervisão de Augusto Ittner

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