Criciúma teve seu momento de virada de chave no dia 4 de novembro de 1925, quando se desmembrou de Araranguá e se tornou município. Neste ano a cidade completa o centenário de Emancipação Político-Administrativa e pode contar com um novo feriado.
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O município de mais de 214 mil habitantes fica a aproximadamente 207 quilômetros da capital catarinense, Florianópolis. O local, que é considerado o polo industrial e comercial do Sul do Estado, conta com uma história e cultura baseada no carvão.
A era do carvão em “Cresciúma”
Antes chamada de “Cresciuma”, a cidade tem uma história que começou bem antes do ano de emancipação. Nos anos de 1880 as colônias da região passaram a ser fundadas, com imigrantes italianos de Veneza, Belluno e Treviso. Inicialmente, diversos colonos morreram na luta com os bugres.
A colônia que possuía 22 famílias, com 139 pessoas, se desenvolveu rapidamente. Em 1892 passou a ser o sexto distrito de Araranguá, denominado como “Distrito de Paz”.
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Após alguns anos, o local já chamado de Cresciúma, contava com 1,3 mil colonos, que buscavam lugar para a compra de implementos, e reivindicaram direitos do governo, como infraestrutura. A partir disso, foram criadas cooperativas que impulsionam as atividades da região.
Em 1905 o carvão, já descoberto no século XIX, passa a ser usado em indústrias locais. Na época, a estimativa era de uma população de 3,6 mil habitantes. Com o início da Primeira Guerra Mundial, o carvão internacional ficou escasso, obrigando o governo brasileiro a incentivar a produção do mineral em solo nacional.
Em 1915 foi aberta a primeira mina de carvão de Cresciúma, no bairro Pio Corrêa, onde foram retiradas 400 sacas para análise. O mineral era enviado à Laguna, onde acontecia a distribuição por meio de navios. O transporte de cargas só foi totalmente resolvido com a chegada da Ferrovia Teresa Cristina. Em janeiro de 1919, famílias de colonos presenciaram a chegada do trem que revolucionaria a região.
Veja fotos antigas de Criciúma
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Emancipação e revolução na cidade
Nos anos de 1920 o distrito já contava com mais de 8500 moradores, assim, entendeu-se que o local não poderia mais depender de Araranguá. Até que no dia 4 de novembro de 1925, Cresciúma se tornou município.
A partir desta data a cidade passou a contar com Poderes Executivo e Legislativo. O primeiro prefeito eleito foi Marcos Rovaris, após eleições no dia 4 de dezembro daquele mesmo ano. Nos anos seguintes foi inaugurada a Usina Elétrica do bairro Próspera, elevando o abastecimento de energia.
A extração e a venda do minério era feita em grandes quantidades, até que, com o fim da guerra, o carvão internacional começou, novamente, a entrar no mercado brasileiro. Isso causou uma crise na região, a primeira “quebradeira” nas empresas do Sul.
Diversas carboníferas foram à falência e centenas de operários tiveram que retornar às suas cidades.Tudo isso gerou uma estagnação econômica nos municípios da região. Em 1926, as notícias passaram a ganhar força com o primeiro jornal do lugar, “O Mineiro”.
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Na mesma época, o então prefeito Marcos Rovaris foi deposto do cargo, que foi assumido por Cincinato Naspolini, após visita de rebeldes. Junto a isso, uma lei decretadas pelo presidente Getúlio Vargas acabou reativando empresas e gerando o segundo ciclo do crescimento da extração do mineral, que era conhecido como “Ouro Negro”.
A lei determinava que 100% do carvão nacional deveria ser adicionado ao produto importado. A exploração desordenada foi crescendo, assim degradando o meio ambiente, onde paisagens nativas tornaram-se montanhas de rejeitos.
Acontecimentos históricos
Entre 1930 e 1940 foi instalado o Hospital São José, que é referência na cidade, além do primeiro cinema e a instalação de telefones. Em 1942 Cresciúma passou a ser chamada de Criciúma, sendo conhecida também como a Capital Brasileira do Carvão.
Nos anos que vieram após essa mudança, inúmeras instituições e estruturas históricas foram construídas. Como estádios, aeroporto, colégios, paço municipal e empresas ativas até os dias atuais.
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Em 1974 a maior enchente da história da região atingiu a população local. Foram mais de 30 pessoas levadas pelas águas. Bairros inteiros foram arrasados, plantações destruídas e quatro dias com as cidades submersas. Mais de 150 mil pessoas ficaram desabrigadas. Mas nos anos seguintes, os municípios se reconstruíram.
Nos anos 80 e 90 Criciúma passou a se estabelecer como a principal cidade do Sul de Santa Catarina. Além disso, tinha como grande representante em cenário nacional o Criciúma Esporte Clube, apelidado carinhosamente como Tigre, que veio a conquistar uma Copa do Brasil em 1991, em cima do Grêmio. Esse título levou a equipe carvoeira a disputar a competição continental Libertadores da América.
Feriado do centenário
O prefeito Vagner Espindola, o Vaguinho, propôs a criação de uma data festiva em alusão aos 100 anos de emancipação. O Projeto de Lei (PL) n° 12/2025 estabelece o dia 4 de novembro como feriado exclusivo apenas deste ano.
O PL foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Fiscalização e Educação da Câmara de Vereadores. Na próxima segunda-feira (31) o projeto passará nas comissões de Obras e Saúde, para posteriormente ser votado no legislativo municipal já na terça-feira (1°).
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Veja fotos atuais de Criciúma
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