A Lagoa de Imaruí, situada no Litoral Sul de Santa Catarina, é rica em crustáceos e diversas espécies de peixes, mas uma das principais tradições locais é a pesca de camarões. O local faz parte do Complexo Lagunar Sul Catarinense e abrange os municípios de Laguna, Pescaria Brava e Imaruí. Durante a maior parte do segundo semestre do ano, a pesca de camarão se torna proibida com o objetivo de manter um equilíbrio ambiental, devido ao período de reprodução do crustáceo.
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Considerada um tesouro natural, a lagoa possui diversas peculiaridades, uma delas é a água salobra, que é uma mistura de água doce com água salgada. Com águas calmas, o local chega a medir seis metros de profundidade, sendo também espaço de atividades como caiaque, stand-up paddle, jet ski e passeios de barco. No entanto, apesar das atividades recreativas, o carro chefe do manancial é a pesca artesanal.
Em conjunto com as Lagoas Mirim e Santo Antônio, ela integra um sistema lagunar de aproximadamente 86 km², que conta com uma forte presença do camarão-rosa (Penaeus paulensis) e camarão-branco (Penaeus schmitti). A pesca acontece entre dezembro e junho, tendo uma pausa durante o defeso, que é de julho a novembro.
Técnicas de pesca
A atividade utiliza como arte de pesca para a captura do camarão a rede conhecida como “aviãozinho”, que é propícia para a parte em que há baixa profundidade nas lagoas, inferior a dois metros. Esta técnica usa redes com argolas e luz à bateria, para atrair o crustáceo. A baixa profundidade da lagoa, neste caso, favorece o desenvolvimento do camarão.
À noite, as lagoas são cobertas de luzes, semelhante a uma cidade iluminada, proporcionando um espetáculo aos visitantes. Banhada pelas águas de três lagoas ricas em crustáceos, a cidade de Laguna atrai turistas em busca do famoso “Camarão Laguna”, que é reconhecido como um dos melhores do Brasil.
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Regulamentação atualizada
Porém, com o crescimento exponencial da prática na região, a regulamentação precisou ser atualizada nos anos 2000, com a Instrução Normativa 21/2007 do Ibama, e implementação de um período em que não se pode fazer a prática. O período, chamado de defeso, vai de 15 de julho a 15 de novembro.
As normas da pesca dos camarões rosa e branco são aplicadas nas lagoas do complexo Imaruí, Mirim, Santo Antônio, Santa Marta, Garopaba do Sul, Camacho, Noca, Ribeirão Pequeno e Manteiga. Durante este tempo é proibida a pesca ou comercialização destes camarões e é obrigatória a retirada dos equipamentos utilizados na atividade. A fiscalização é feita pela Polícia Militar Ambiental (PMA) da 3ª Companhia, que atua na região.
Segundo a prefeitura de Imaruí, o defeso protege o período de reprodução dos camarões e assegura que larvas retornem ao mar para desova, completando o ciclo de vida e mantendo os estoques produtivos. Durante esta restrição, alguns pescadores recebem o seguro-defeso, que é um salário mínimo mensal para compensar a perda da renda sem a atividade por quatro meses.
Fotos da Lagoa de Imaruí
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O que explica a água salobra
Por fazer parte do Complexo Lagunar Sul Catarinense, a Lagoa de Imaruí tem uma conexão com o mar através da Barra de Laguna. Essa ligação faz com que a maré influencie a salinidade do manancial, principalmente em partes próximas à barra. Ao mesmo tempo, diversos rios e córregos deságuam por ali, contribuindo com água doce e reduzindo a salinidade em outras regiões.
Outros municípios catarinenses também estão indiretamente conectados à lagoa. Pedras Grandes, Treze de Maio, Gravatal e Capivari de Baixo estão na bacia hidrográfica da região, contribuindo de forma indireta com afluentes e drenagem. Porém, esses locais não têm margem direta sobre a lagoa.
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