O presidente Lula (PL) fez um discurso nesta segunda-feira (10) durante a abertura da Conferência das Partes (COP30), em Belém (PA). Durante a fala, ele cobrou urgência na implementação dos compromissos climáticos e defendeu maior apoio financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento.

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— Estamos andando na direção certa, mas na velocidade errada. No ritmo atual, ainda avançamos rumo ao aumento superior a 1,5°C no aquecimento global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr — afirmou.

Lula voltou a defender a não-dependência de combustíveis fósseis.

— Precisamos do mapa do caminho para que a humanidade, de forma justa e planejada, supere a dependencia dos combustíveis fósseis e reverta o desmatamento e mobilize recursos para esses fins — defendeu.

O presidente brasileiro também defendeu o plano de mobilizar ao menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para financiar ações contra a crise climática, com foco nos países em desenvolvimento.

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— Se os homens que fazem guerra estivessem aqui nesta COP, eles iriam perceber que é muito mais fácil US$ 1,3 trilhão para a gente acabar com problemas climaticos, do que colocar US$ 2,7 trilhoes para fazer guerra com fizeram no ano passado.

O presidente também fez um alerta contra a desinformação e o negacionismo climático, afirmando que a COP30 deve ser “a COP da verdade”.

— Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas — afirmou.

Lula ainda disse que a crise climática “é uma crise de desigualdade” e afeta populações marginalizadas com mais intensidade. Ele destacou o papel dos povos indígenas e comunidades tradicionais na preservação ambiental.

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— A mudança do clima não é uma ameaça do futuro, é uma tragédia do presente — disse Lula, relembrando a passagem do Furacão Melissa, na Jamaica, e dos tornados que atingiram o Sul do Brasil, incluindo Santa Catarina.

Lula falou depois de André Corrêa do Lago, presidente da COP30, e do secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, Simon Stiell.

Veja o discurso de Lula

Sobre a COP30

O Brasil sedia pela primeira vez a COP30, que reúne até o dia 21 de novembro líderes de mais de 140 países para discutir caminhos de enfrentamento à crise climática. A edição é considerada estratégica para avançar da fase de compromissos à de implementação de ações, com foco em financiamento e transição energética. Entre as pautas lideradas pelo Brasil, estão a criação do Fundo Florestas Tropicais e a mobilização de 1,3 trilhão de dólares anuais até 2035 para apoiar países em desenvolvimento.

Santa Catarina participa da conferência com pesquisadores da UFSC e representantes da Assembleia Legislativa, que apresentam propostas ligadas à compensação financeira para produtores que preservam áreas verdes, incentivos fiscais a quem investe em energia limpa e recursos para municípios com áreas de preservação. O Estado também leva contribuições sobre saneamento e proteção hídrica — temas prioritários diante da alta frequência de enchentes, deslizamentos e estiagens que afetam o território catarinense.

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NSC na COP

A NSC estará em Belém nesta semana para trazer as principais informações da COP30 ao catarinense. Com uma cobertura multimídia, você pode acompanhar as notícias pela TV, rádio, internet e jornais impressos do grupo.