Uma academia de ginástica de Florianópolis virou o centro de uma polêmica após o dono do local ter fechado o estabelecimento sem avisar previamente alunos, funcionários e os proprietários que locavam o prédio. Os antigos frequentadores do espaço ainda afirmam não conseguir mais contato com o dono do empreendimento, enquanto tentam reaver os prejuízos que tiveram com o fechamento repentino, de mensalidades que já estavam pagas e de pertences dos colaboradores que foram levados.
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O caso teve início após o dono da Nova Forma Academia, Francisco André Malet Lustosa Cabral, conhecido apenas pelo segundo nome, ter anunciado uma reforma no espaço entre 2 e 10 de janeiro, período no qual a academia estaria fechada. Entre os últimos dias 4 e 6, no entanto, ele teria ido ao local com até quatro caminhões de uma só vez para recolher tudo o que havia no espaço, onde a academia funcionava com André à frente desde 2005. O empreendimento ocupava dois galpões vizinhos.
O proprietário de um dos imóveis, Júlio César Abreu, ainda teria questionado André sobre o motivo da retirada dos equipamentos, mas ouviu que se tratava de uma medida necessária para ser feita a reforma, que, a princípio, iria corrigir goteiras no teto. Depois disso, o empresário não voltou mais ao local e tem paradeiro desconhecido desde o dia 7, quando os donos dos galpões se depararam com o sumiço.
— Eu e meu marido ficamos em estado de choque. O André levou até as portas dos banheiros, as cubas das pias, equipamentos da piscina. O primeiro piso estava todo alagado quando entramos no galpão. Foi um tumulto — disse Márcia de Mello Abreu, companheira de Júlio César, ao Hora.
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Ela diz que, só para recuperar as instalações elétricas do espaço, agora vazio e bastante deteriorado, já foi necessário gastar R$ 3 mil em mão de obra. O antigo dono da academia ainda foi embora sem pagar um aluguel de R$ 8 mil, contas de água e luz, além de débitos de IPTU em atraso de vários anos anteriores.
Funcionário do empreendimento, o professor de boxe Rodrigo Dias diz que o material de treino que mantinha na academia foi levado e que André partiu sem pagar o salário referente ao mês de dezembro.
— Ele levou dois sacos de pancada e dois pares de luva. Pode parecer pouco, mas esse é o meu ganha pão. Como eu vou trabalhar agora se não tenho material? — disse, também ao Hora.
O boxeador conta que ainda tentou contato posterior com André. Em resposta, o empresário afirmou que o material do professor teria ficado com o proprietário de um dos galpões da academia. Ele também atribuiu ao locador do prédio o fechamento repentino do negócio, ao dizer que teria sido pego de surpresa com a exigência de custear a reforma e pagar um valor maior de aluguel.
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Márcia, proprietária de um dos galpões, contesta essa versão de André e diz que, em janeiro do ano passado, ao assinar a renovação do contrato de locação, foi oferecido ao dono da academia a opção de comprar o espaço. Após a negativa dele, foi anunciado então que estaria a venda para outro eventual comprador. Na ocasião, as partes ainda teriam acertado que o empresário deveria reformar o espaço para entregá-lo nas mesmas condições em que recebeu caso deixasse ele em alguma circunstância.
A reportagem tentou ouvir André através de seu telefone pessoal e pelos contatos da academia, que ainda aparecem no site da empresa, mas não obteve retorno. As páginas do empreendimento no Instagram e no Facebook, por onde ele havia anunciado a suposta reforma, foram excluídas. Além disso, o empresário estaria bloqueando insatisfeitos que tentam contato, segundo Dias e Márcia.
A Polícia Civil informou que não há ainda um inquérito instaurado sobre o caso. Ainda assim, já estão sendo feitas diligências preliminares, para ouvir as supostas vítimas e averiguar a amplitude dos fatos.
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