Uma adolescente nascida em Balneário Camboriú morreu vítima de bombardeio no Líbano. Mirna Raef Nasser tinha apenas 16 anos. O pai dela, nascido naquele país, também faleceu. Os dois tinham deixado a casa de um parente e voltado à residência onde moravam para buscar roupas e material escolar quando foram surpreendidos por um ataque aéreo.
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Pai e filha morrem na segunda-feira (23) e os familiares só conseguiram tirar os corpos dos escombros no dia seguinte, quando o bombardeio cessou. As informações são do tio e irmão das vítimas, Ali Nasser.
Mirna deixou o Brasil quando tinha apenas um ano e dois meses. Ela foi descrita como uma jovem alegre, inteligente e que gostava muito da família. Os três irmãos e a mãe dela não estavam no local do ataque e foram levados em segurança à capital do Líbano. Os corpos estão em um hospital da região, aguardando condições seguras para a famílias fazer os sepultamentos.
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Ali conta que ele e os irmãos vieram para o Brasil incentivados pelo pai justamente por causa dos constantes conflitos no Líbano. O homem revela que até mesmo terras que o pai tinha no país eram proibidas por Israel de serem acessadas. Após nove anos em solo brasileiro, o pai de Mirna decidiu voltar ao país de origem com a esposa e os filhos.
Até então, a cidade onde a família morava não convivia com bombardeios, mas o conflito se intensificou recentemente, conforme Ali. Na manhã em que o irmão e a sobrinha morreram, ele chegou a mandar mensagens e estranhou a demora de resposta. Pouco tempo depois veio a informação dos óbitos. Fotos mostram o cenário de destruição da casa onde a Mirna morava (veja abaixo).
Uma mensagem de medo e adeus
Ali conta que cerca de meia hora antes do ataque, a sobrinha mandou uma mensagem para a mãe. No texto Mirna falava que sentia que ia morrer. A mãe teria respondido tentado tranquilizá-la, sem imaginar que o desfecho seria trágico. Eles eram conhecidos da família de Ali Kamal Abdallah, também nascido no Brasil, e que morreu em ataques no Líbano.
— Israel diz que está bombardeando bases áreas, mas é mentira. São regiões com casas, comércios. estão matando inocentes — desabafa.
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