O adolescente brasileiro Ali Kamal Abdallah morreu em um bombardeio de tropas israelenses no Líbano nesta quarta-feira (25). Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou o conflito no Oriente Médio entre Israel e o Hezbollah.
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O jovem brasileiro tinha apenas 15 anos. Ele morreu após uma série de bombardeios na cidade de Kelya, no Vale do Beqaa, a 30 quilômetros de Beirute. O pai de Ali Kamal, que é libanês com nacionalidade paraguaia, também morreu por conta das explosões. A embaixada do Brasil no Líbano presta apoio à família.
A irmã do adolescente, Hanan Abdallah, conta que pai e filho foram para o Líbano trabalhar em uma pequena fábrica familiar de produtos de limpeza.
— Foi um ataque. Eles morreram trabalhando na pequena fábrica da família — afirmou.
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O adolescente nasceu em Foz do Iguaçu, no Paraná. O pai dele foi identificado como Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos. Essa é a primeira morte de brasileiro no Líbano desde o início do conflito que o Itamaraty tem conhecimento.
Governo brasileiro repudiou ataques no Líbano
O governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” os ataques aéreos israelenses contra Beirute, no Sul do Líbano e no Vale do Beqaa. Lula falou sobre o assunto depois da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
— É importante a gente lembrar que no Líbano o total de mortos é 620 pessoas. É o maior número de mortos desde a guerra civil que durou entre 1975 e 1990. É importante lembrar também que morreram 94 mulheres e 50 crianças, 2.058 pessoas feridas e 10 mil pessoas forçadas a recuar e esvaziar suas casas — disse o presidente Lula mais cedo em entrevista à imprensa.
O Ministério das Relações Exteriores também recomendou que os brasileiros que estão na região deixem a área. O aeroporto de Beirute ainda está aberto, contudo o governo já estuda a necessidade de uma operação de repatriação.
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De acordo com o Itamaraty, a embaixada do Brasil em Beirute segue prestando apoio à comunidade brasileira no país. Em caso de necessidade, a recomendação é entrar em contato com o plantão consular do Itamaraty por meio do número +55 (61) 98260-0610 (WhatsApp).
Escalada de tensões
A troca de tiros entre Israel e o grupo Hezbollah na fronteira do Líbano tem ocorrido desde o ano passado, com o início da atual guerra em Gaza após um ataque do Hamas, aliado do Hezbollah. Contudo, na última semana a tensão e os ataques se intensificaram.
O Itamaraty lamentou em nota as declarações das autoridades israelenses em favor de operações militares e da ocupação de parte do território libanês. O ministério ainda expressou “grave preocupação” por conta das advertências do governo israelense para que os libaneses evacuem suas cases na região de fronteira.
“O Brasil renova o apelo às partes envolvidas para que cessem, imediatamente, os ataques, de forma a interromper a preocupante escalada de tensões, que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis”.
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Israel se prepara para invasão por terra
Nessa crescente escalada de violência, o chefe das Forças Armadas de Israel ordenou que as tropas se preparem para uma possível invasão do Líbano por terra. Os militares israelenses convocaram duas brigadas de reservistas para se posicionarem na região da fronteira para continuar a luta contra o Hezbollah.
Segundo o g1, nesta quarta-feira (25) o grupo extremista lançou 110 foguetes contra o território israelense. Uma casa no norte do país pegou fogo. No Kibbutz Saar, três pessoas ficaram feridas.
E, pela primeira vez, o Hezbollah lançou um míssil balístico contra Tel Aviv, cujo alvo era a sede do Mossad, o serviço de inteligência de Israel. As sirenes soaram na maior cidade do país, mas o míssil foi interceptado no céu de Tel Aviv. Não houve danos nem feridos.
*Com informações de Agência Brasil e do g1
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