Além da Lagoa do Peri, que testou imprópria para banho na última semana, Santa Catarina tem outras três praias que também conquistaram o selo Bandeira Azul nesta temporada, mas tiveram resultados de balneabilidade negativos entre novembro e dezembro de 2024, período de pré-temporada. Os dados são disponibilizados pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).
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Em Penha, dois pontos testaram impróprios em 7 de novembro: a Praia da Saudade e a Praia Grande. A primeira vem tendo resultados próprios desde então. Já a Praia Grande conseguiu ficar própria na coleta de 12 de novembro, mas na semana seguinte passou por um período impróprio que se estendeu de 21 de novembro a 5 de dezembro.
A Praia de Taquaras, em Balneário Camboriú, também teve um resultado impróprio no início da pré-temporada, em 4 de novembro. Nas semanas seguintes, a praia vem se mantendo própria. Já a lagoa de Taquaras é historicamente imprópria para banho.
Nem todas as praias com selo Bandeira Azul são monitoradas pelo IMA. Os locais que não contavam com a medição são: Praia Central e Praia da Ponta do Jacques, em Piçarras; a Prainha de Itá, em Itá; a Praia das Cordas, em Governador Celso Ramos; a Praia Bacia da Vovó, em Penha; e as praias do Ervino, do Forte, Grande e da Saudade, em São Francisco do Sul.
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Programa avalia média de balneabilidade em quatro anos
Santa Catarina tem 20 praias certificadas com selo Bandeira Azul na temporada de 2024/2025. A premiação é concedida pelo júri internacional do programa, através da Foundation for Enviromental Education (FEE), e reconhece critérios como qualidade da água, gestão ambiental, educação ambiental, segurança e turismo sustentável.
Neste ano, a temporada compreendida pelo Bandeira Azul começou em 13 de dezembro de 2024 e vai até 15 de março de 2025. Ou seja, o período do programa não inclui as datas em que as praias em Penha e Balneário Camboriú estiveram impróprias. Contudo, as três localidades haviam sido reconhecidas com o selo na temporada 2023/2024 e conseguiram renovar o atendimento dos critérios.
De acordo com o programa, para renovarem a Bandeira Azul, os municípios devem apresentar em maio o histórico de balneabilidade dos últimos quatro anos. É o cálculo da média desse período que determina se a praia estará apta para hastear a bandeira na temporada seguinte.
O monitoramento deve ser feito ao longo da temporada e, se houver alteração, a Bandeira Azul deve ser abaixada — como ocorreu com a Lagoa do Peri, na última segunda (10). Além de abaixar a bandeira, os resultados ruins podem comprometer a aprovação para o ano seguinte, conforme o programa.
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“Não é raro que haja alteração na qualidade da água após fortes chuvas. Desta forma, o Programa Bandeira Azul acata a recomendação da Organização Mundial da Saúde e recomenda aos usuários das praias que evitem o banho de mar após chuvas intensas”, explicou o programa, em nota ao NSC Total.
O que significa praia imprópria para banho
Uma praia é considerada imprópria para banho quando a água está contaminada com a bactéria Escherichia coli, presente nas fezes de humanos e animais. De acordo com as normas do IMA, estabelecidas em todo o Brasil pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o ponto é considerado impróprio quando, em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas cinco semanas, o resultado é superior a 800 Escherichia coli por 100 mililitros; ou quando, na última coleta, o resultado é superior a 2.000 Escherichia coli por 100 mililitros.
O que dizem as autoridades locais
A Prefeitura de Balneário Camboriú se manifestou a respeito da situação da praia e da lagoa de Taquaras. Veja a nota:
“Em relação à avaliação da balneabilidade, a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico ressalta que a Praia de Taquaras esteve caracterizada como imprópria apenas uma vez durante todo o ano de 2024, no início do mês de novembro, antes da temporada Bandeira Azul, uma vez que a bandeira foi hasteada em 12/12/2024.
De qualquer forma, o município monitora com frequência superior ao IMA/SC a balneabilidade das praias Bandeira Azul, para atender aos rígidos padrões exigidos pelo programa. Além disso, está executando um Plano de Ação, elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente e EMASA, para recuperar a Lagoa de Taquaras. O Programa “Se Liga na Rede” intensificou, durante a temporada de verão, a fiscalização de todos os imóveis no entorno de cursos d’água da região, com o objetivo de coibir qualquer irregularidade e garantir que todos estejam corretamente ligados à rede pública. A Secretaria do Meio Ambiente informa que também foram elaboradas atividades de Educação Ambiental, em parceria com a UNIVALI, específicas para o tema Qualidade de Água, para orientar e conscientizar a população residente sobre a importância da destinação correta do esgoto.”
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A Prefeitura de Penha informou que a temporada Bandeira Azul no município começou em 15 de dezembro passado e que, por isso, a bandeira ainda não havia sido hasteada. Disse ainda que além das análises do IMA/SC, o município conta com estudos da Clean/Univali, que atestam a excelente qualidade da água na Praia Grande, e que as análises realizadas pelo próprio município estão dentro dos padrões exigidos para a manutenção da Bandeira Azul hasteada.
Veja a nota na íntegra:
“A Secretaria de Turismo agradece o interesse em esclarecer esses pontos. A temporada Bandeira Azul no município de Penha teve início em 15 de dezembro de 2024. Na ocasião mencionada, a bandeira ainda não estava hasteada.
Atualmente, aguardamos as novas análises de balneabilidade do IMA/SC para reavaliar a situação. É comum que a qualidade da água sofra variações após fortes chuvas, mas, no período citado, as amostras realizadas permaneceram com classificação “excelente” ou “muito boa”.
Além das análises do IMA/SC, o município de Penha conta com estudos da Clean/Univali, que atestam a excelente qualidade da água na Praia Grande. As análises realizadas pelo próprio município também estão dentro dos padrões exigidos para a manutenção da Bandeira Azul hasteada.
É importante destacar também que o Programa Bandeira Azul segue as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e recomenda que os banhistas evitem o mar após chuvas intensas. Seguiremos acompanhando a situação de perto, em conjunto com a coordenação nacional do programa, para adotar medidas preventivas. Ficamos à disposição para mais esclarecimentos”.
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