O 3I/Atlas, cometa que está movimentando a comunidade científica do mundo todo – e levantando uma série de teorias conspiratórias – é um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas. O astro chama a atenção por apresentar uma série de comportamentos e características incomuns mas, principalmente, por ser um objeto interestelar.

Continua depois da publicidade

A curiosidade e a força-tarefa feita pela NASA e por outras agências espaciais se explica. O 3I/Atlas é apenas o terceiro objeto interestelar a entrar em nosso Sistema Solar já monitorado. Além dele, outros dois cometas foram “descobertos” por sondas e telescópios espalhados pelo mundo ou flutuando pelo espaço.

Objetos interestelares

Além do 3I/Atlas, cientistas descobriram nos últimos anos outros dois cometas que se originaram em outros sistemas solares e que passaram pela nossa vizinhança.

  • 1I/Oumuamua

Continua depois da publicidade

Descoberto em 2017, foi detectado por um telescópio instalado no Hawaii, nos Estados Unidos, e se tornou o primeiro objeto interestelar monitorado a passar pelo nosso Sistema Solar. O cometa apresentava um formato alongado e não tinha a famosa cauda, comum em astros dessa categoria, fato que despertou a curiosidade dos cientistas e resultaram em uma série de estudos para avaliar a origem do corpo celeste.

Outra curiosidade do Oumuamua é o tamanho: cerca de 400 metros de diâmetro, é o maior cometa ou asteroide já monitorado. A grande variação de brilho e o giro sobre o próprio eixo também são características peculiares do primeiro objeto interestelar que a humanidade detectou.

  • 2I/ Borisov

Com características mais comuns, o 2I/Borisov foi descoberto em 2019 por um astrônomo amador da Crimeia chamado Gennady Borisov. O cometa apresenta a cauda e comportamentos muito semelhantes aos astros dessa categoria que se originam em nosso Sistema Solar.

Além disso, a órbita e a velocidade sugerem que o segundo objeto “estrangeiro” já detectado não tem origem de outra estrela, sendo uma espécie de viajante da Via Láctea.

Continua depois da publicidade

Visitantes interestelares são comuns

O número baixo de objetos interestelares conhecidos não representa a realidade do nosso cosmos. Astrônomos acreditam que centenas deles entrem em nosso Sistema Solar todos os anos, mas a humanidade ainda não tem tecnologia suficiente para descobri-los e fazer o devido acompanhamento.

Um dos motivos que impede esse monitoramento é a distância com que eles podem estar – imperceptíveis até mesmo para as sondas e telescópios mais potentes no espaço. Além disso, a maioria dos Objetos Interestelares são pequenos e com brilho de baixa intensidade, fato que os fazem passar despercebidos.

Justamente por serem pequenos e escuros, eles podem se confundir com os milhões de objetos do nosso próprio Sistema Solar, como asteroides e cometas, até que sua órbita seja calculada com precisão.

Outro fator que pode dificultar a descoberta desses visitantes são possíveis colisões com outros astros do nosso Sistema Solar, como os planetas Júpiter, e Urano, que podem atrair esses objetos pela alta gravidade e, assim, impedindo com que eles cheguem ao nosso campo de visão.

Continua depois da publicidade