Há alguns meses, astrônomos de diversos observatórios monitoram e estudam o cometa 3I/Atlas, objeto interestelar que entrou no sistema solar, causando surpresa e espanto nos cientistas. O astro foi detectado pela primeira vez por um telescópio instalado em Hurtado, no Chile, em julho de 2025.
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Apesar de ter a origem ainda desconhecida, a ciência já sabe que se trata de um objeto vindo de outro sistema solar, dentro da nossa galáxia, a Via Láctea.
Desde a descoberta, o “visitante” levantou uma série de teorias conspiratórias. Diversos blogs e influenciadores chegaram a levantar a hipótese de ser uma nave alienígena ou outros objetos frutos de tecnologia extraterrestre. A ciência, contudo, desmente essas teorias e ressalta que não se trata de nenhuma ameaça à vida na Terra.
O 3I/Atlas não é um espião
Parte dessa teoria alega que o 3I/Atlas não é um cometa natural, e sim um artefato tecnológico ou uma sonda espacial enviada por uma civilização alienígena avançada. Alguns artigos sensacionalistas levantam a possibilidade de ser uma nave hostil disfarçada, baseada na Teoria da Floresta Negra (exercício de pensamento que considera a existência de outras civilizações no espaço, mas que não tentam estabelecer contato por receio do desconhecido).
Essa nave camuflada serviria como uma espécie de espiã, segundo as teorias conspiratórias, e teria detectado a atividade humana na Terra.
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Essa teoria ganhou força com a dificuldade em visualizar a calda do cometa. O fato de ser um objeto interestelar também alimentou esse raciocínio. Algumas publicações também citaram a trajetória “incomum” e outros fatores como brilho e diâmetro como “evidências” de que se tratava de uma nave alienígena.
Mas astrônomos e cientistas de todo o mundo descartam com eminência essa teoria. Após extensas observações, se concluiu que o objeto apresenta composição e comportamentos típicos de um cometa ejetado de outro sistema solar.
Outra evidência científica que anula as teorias conspiratórias é a cauda, que foi confirmada em observações recentes. Algumas análises também revelaram a produção de água e desgasificação, que é o que cria a cauda de um cometa.
A trajetória, característica de um objeto interestelar, também refuta a ideia conspiratória. A órbita do cometa é hiperbólica, o que significa que ele está em rota de saída do nosso sistema e não orbita o nosso Sol – outro fato que comprova que se trata de um objeto interestelar.
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O cometa 3I/Atlas pode atingir a Terra?
Segundo a NASA e astrônomos de outros observatórios, não há qualquer risco de colisão do cometa visitante com a Terra. Nos últimos dias, o 3I/Atlas foi visto passeando “perto” de Marte.
A aproximação máxima do cometa com a Terra vai acontecer nos últimos dias de outubro, mas não será visível a olho nu. O brilho fraco do nosso visitante vai exigir a utilização de telescópios potentes ou binóculos astronômicos de alta capacidade.
Apesar de intrigante, o 3I/Atlas não representa qualquer risco. O cometa é apenas o terceiro objeto interestelar observado pela ciência. Mas astrônomos admitem que esses “visitantes” são mais comuns do que se imagina.



